Bayer fecha acordo de compra da Monsanto por US$ 66 bi

14 de setembro de 2016
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Visão externa de uma fábrica da Bayer

Depois de meses de negociação, a gigante alemã Bayer finalmente anunciou a compra da Monsanto por US$ 66 bilhões. O acordo vai expandir dramaticamente o domínio da Bayer nos Estados Unidos e aumentar sua presença em sementes para a agricultura, cuja indústria é liderada pela Monsanto.

Esta fusão está sendo apresentada como uma maneira de aumentar as operações da Bayer no mercado de sementes, proteção de plantações e outras especializações e minúcias da agricultura que a crescente demanda por vegetais e grãos criou nas últimas décadas.

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A Bayer, uma potência na área farmacêutica com produtos como Aspirina, Alka-Seltzer, Claritin e o protetor solar Coppertone, tem uma presença formidável no mercado de proteção de plantações, onde seus herbicidas e produtos de controle de peste são usados por fazendeiros ao redor do mundo. Os produtos para sementes da Monsanto contemplam plantações de produtos como alfafa, canola, milho, algodão, soja, beterraba e trigo. Esta fusão corporativa vem em tempos, de acordo com o que as duas empresas esperam, de crescimento populacional disparado, com aproximadamente 3 bilhões de pessoas a mais no mundo até 2050, criando uma necessidade de melhorar a produtividade e a sustentabilidade.

“Juntas, a Monsanto e a Bayer construirão uma tradição e inovações na indústria da agricultura, entregando soluções mais abrangentes para aqueles que cultivam seus grãos”, diz Hugh Grant, CEO da Monsanto.

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A sede do departamento de sementes da empresa será em St. Louis, a sede do departamento de proteção às plantações ficará em Monheim, Alemanha, e será muito presente em Durham, Carolina do Norte. Enquanto isso, negócios digitais como a Climate Corporation, que também lida com agricultura, continuarão em San Francisco.

Os rumores das negociações surgiram em maio, quando a Bayer fez uma manobra não-solicitada para comprar a Monsanto. Na época, a empresa estava apenas começando a se recuperar da falha em comprar a gigante europeia de sementes Syngenta, e também estava lidando com o processo de recompra de US$ 3 bilhões em ações que diminuiu seu valor de mercado em aproximadamente 10%. A oferta da Bayer de US$ 128 por ação deixa a Monsanto com aproximadamente 44% do valor de seu preço no começo de 2016, antes de todos os processos ocorrerem.

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Essa companhia combinada, em um período de até três anos após a assinatura do contrato, terá US$ 25,82 bilhões em vendas e a habilidade de gerar por volta de US$ 1,5 bilhão em custos. A Bayer espera que a fusão também reforce seus ganhos fundamentais por ação em um espaço de até um ano e que consiga criar acréscimos de até dois dígitos no terceiro ano. A empresa alemã concordou em pagar uma taxa de rescisão de US$ 2 bilhões se os reguladores ou os acionistas bloquearem a oferta de fusão.

“Estamos felizes em anunciar a combinação de nossas duas organizações. Isso representa um grande passo para nosso negócio de ciência da plantação e reforça a posição de liderança da Bayer como uma companhia global com posições de liderança em segmentos-chave, cujo combustível é a ciência da vida, entregando valores substanciais aos donos de nossas ações, nossos clientes, empregados e a sociedade como um todo”, disse, em um comunicado, Werner Baumann, CEO da Bayer.

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Merrill Lynch, Bank of America e a Credit Suisse, holding de serviços financeiros, estão atuando como conselheiros financeiros para a Bayer, enquanto o Rothschild, também uma holding, atua como um conselheiro financeiro tradicional. Os conselheiros jurídicos da Bayer foram a Sullivan & Cromwell e Allen & Overy. Morgan Stanley, empresa de serviços financeiros, e o escritório de advocacia Ducera Partners atuaram como conselheiros financeiros da Monsanto, enquanto a firma de advogados Wachtell, Lipton, Rosen & Katz foi sua conselheira jurídica.