Uber reformula app e terá integração com redes sociais como Snapchat

3 de novembro de 2016
Uber

Empresa pretende lançar nova plataforma que inclui parcerias com outras companhias (iStock)

A Uber passa por um intenso processo de mudanças. Mesmo com seu aplicativo de caronas compartilhadas entre os 10 mais baixados em iPhones nos Estados Unidos, a empresa decidiu redesenhá-lo completamente.

Ontem (2), a Uber apresentou a maior modificação em anos. Agora, o app está com uma interface mais clara, com maior transparência nas tarifas e melhores sugestões de destinos. Os engenheiros e os designers da companhia também incluíram integrações com o Snapchat, Yelp, Pandora e Foursquare, entre outros.

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A empresa diz que o objetivo é promover uma busca mais rápida e uma experiência mais dinâmica aos usuários. Travis Kalanick, CEO da Uber, afirma que o aplicativo original era bom porque tinha baixa “carga cognitiva”, ou seja, o usuário apenas apertava um botão para pedir um motorista. As versões mais recentes, porém, ganharam muitos itens na tela, como tipos de corrida, entre outras opções.

A nova versão coloca todas as modalidades de corrida para cada tipo de serviço, exibe os diferentes preços disponíveis e sugere os destinos mais frequentes. Kalanick diz que, antes, o serviço demorava entre 30 a 45 segundos para ser solicitado, com uma internet de 2G, em um dos seus mercados mais crescentes, a Índia.

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Nesse período, a Uber abriu espaço para outras companhias. Agora o aplicativo integra o celular do usuário a um calendário que sugere locais onde ele pode ir para um encontro ou uma reunião. O app também acessa os contatos do celular e permite que o usuário peça a localização de um amigo que ele queira encontrar.

A Uber convidou ainda outras companhias para participarem desse novo modelo. No Uber Feed, que mostra o percurso dos usuários, há a possibilidade de enviar filtros específicos do Snapchat, checar as recomendações de destino da Yelp (nos EUA) ou escolher uma música para ser tocada pelo Pandora (também nos EUA). O Feed inclui o UberEats, que ajuda os usuários a pedirem comida no destino escolhido.

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Kalanick nega, no entanto, a inclusão de anúncios no Feed. Segundo ele, esse modelo de negócios não geraria uma receita significativa no futuro. O CEO diz esperar que a nova versão do aplicativo estimule os consumidores a utilizarem a ferramenta com mais frequência. Sem recursos inovadores, no entanto, é difícil saber se a mudança é suficiente para fazer uma grande diferença.

Processo nos Estados Unidos

Enquanto implementa a mudança no app, a Uber enfrenta um processo de uma companhia de táxi de San Francisco, que alega que a empresa utiliza preços predatórios para abalar o mercado.

A Flywheel Taxi afirma que a Uber utiliza seus bilhões de dólares para prejudicar a concorrência, com preços muito baixos para as corridas do UberX e UberXL. A estratégia traz perda de dinheiro para a empresa de caronas compartilhadas em cada corrida, mas tem como alvo a fedelização dos clientes e, consequentemente, “retorno futuro”.

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“Se nada for feito, a Uber provavelmente vai obter sucesso em dominar completamente o mercado, ao forçar a saída de todos os outros concorrentes”, afirma a Flywheel. “Uma vez que os concorrentes forem removidos, a empresa estará livre para aumentar os preços como quiser, já que os consumidores não terão escolha.”