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Neste verão norte-americano, Arnold Donald comemora seu quinto ano à frente da maior empresa de viagens de lazer do mundo. Um de cada dois passageiros de cruzeiros marítimos viaja em uma das nove marcas que o executivo supervisiona. É uma realização surpreendente para qualquer padrão. Mas a história de Donald torna seu sucesso ainda mais impressionante.
“Eles nos diziam isso três vezes ao dia. Três vezes ao dia”, lembra o CEO. “Pense da seguinte maneira: a sociedade dizia aos negros o que não podiam fazer. Você não pode beber desta água. Você não pode usar este banheiro. Você não pode, você não pode… Enquanto isso, a escola queria convencer os alunos de que poderiam ser o que quisessem.”
Três vezes ao dia. Todos os dias. A mensagem começou a se firmar. Começou a anular a mensagem que Donald ouvia do mundo exterior. No primeiro ano do ensino médio, ele internalizou a mensagem de capacitação e fez dela sua missão de vida.
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O interessante nos líderes é que eles costumam falar abertamente sobre suas experiências, a exemplo de Howard Schultz, que já contou publicamente como foi crescer pobre em um projeto habitacional do Brooklyn, e de Richard Branson, que discorreu mais de uma vez sobre a luta contra a dislexia e sua expulsão da escola. Mas o que inspira essas pessoas a fazerem isso?
Donald diz que essa é uma atitude importante por causa do que as bagagens pessoais são capazes de proporcionar. “Somos todos produtos das nossas experiências, porque elas moldam quem somos e como pensamos. É parte do tecido que forma a identidade. Ou você cresce a partir das experiência ou elas o destroem. As minhas me tornaram mais forte e, de certa forma, mais tolerante e confiante.”
Um defensor da diversidade de pensamento
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Em seus primeiros três anos como CEO, Donald substituiu sete dos nove líderes das marcas da Carnival. Quatro deles são, atualmente, mulheres, incluindo Christine Duffy, presidente da Carnival Cruise Line (a maior linha de cruzeiros do mundo), e Jan Swartz, presidente do Princess Cruises. Donald também trouxe Orlando Ashford para dirigir a Holland America. Ashford é o primeiro presidente afro-americano de uma linha de cruzeiros e sua formação é em recursos humanos, não em turismo – o que traz uma perspectiva diferente para uma empresa que valoriza as pessoas como seu ativo mais importante. Para Donald, “a diversidade de pensamento é um imperativo comercial e uma vantagem poderosa”.
E essa vantagem impulsionou os resultados da Carnival Corp.. Ao longo de seu mandato de cinco anos como CEO, o valor de mercado da empresa cresceu quase 78%, para US$ 48 bilhões. Em um artigo a ser publicado, o executivo vai compartilhar as lições aprendidas sobre comunicação de liderança, satisfação dos funcionários e fidelidade do cliente.