LEIA MAIS: Amazon eleva salário mínimo para US$ 15 por hora
Esta é a primeira vez desde 1994 que Bill Gates, cofundador da Microsoft, não é o norte-americano mais rico da lista. O patrimônio líquido de Bezos, de US$ 160 bilhões, marca a primeira vez em que um integrante, entre as 400 pessoas no ranking, aparece com uma fortuna de três digitos de bilhão. Ele quase dobrou seu patrimônio líquido no ano passado, ao adicionar um recorde de US$ 78,5 bilhões à sua fortuna, graças a um aumento de 104% no preço das ações da Amazon. Sua empresa de comércio eletrônico está em alta: já registrou mais de US$ 100 bilhões em vendas líquidas nos primeiros seis meses de 2018, um aumento de 41% em relação ao ano passado.
Seu status de “número um” durou apenas algumas horas: no mesmo dia, a Amazon sofreu com a quebra das expectativas dos analistas em relação aos lucros do segundo trimestre. As ações caíram, e Bezos perdeu seu lugar como a pessoa mais rica do mundo.
Três meses depois, Bezos voltou ao topo. Após relatar fortes ganhos no terceiro trimestre fiscal, as ações da Amazon subiram 13%, em 27 de outubro de 2017. O patrimônio líquido do CEO da Amazon saltou US$ 10 bilhões, e ele terminou o dia com US $ 93,1 bilhões, cerca de US$ 3,1 bilhões mais rico que Gates. Bezos mantém o primeiro lugar desde que seu patrimônio líquido ultrapassou US$ 100 bilhões, em 27 de novembro de 2017.
Como Bezos chegou até aqui? Ele conseguiu criar o melhor sistema de vendas online que existe. Além do varejo, Bezos também expandiu a Amazon para fabricação de hardware de tecnologia (Kindle e-readers) e fornecimento de serviços (computação em nuvem, entregas) com relativa facilidade, com exceção de alguns contratempos ao longo do caminho (o celular Amazon Fire, que teve curta duração).
AINDA: Snapchat firma parceria com Amazon
A Amazon conseguiu se sair bem em quase todas as vertentes escolhidas por Bezos. O feito pode ser fruto da sua filosofia: manter seu trabalho de e-commerce como se ainda fosse o primeiro dia de negócios. Para lembrar a todos do eterno Day One, Bezos, em sua carta anual aos acionistas, anexou uma cópia da primeira carta aos acionistas, em 1997, quando a empresa tinha 1,5 milhão de clientes. Hoje, 560.000 funcionários atendem a 100 milhões de membros Prime, além de outros clientes.
Primeiro dia
Bezos fundou a Amazon.com em uma garagem, em Seattle, no dia 3 de abril de 1995, como uma livraria online. Três anos depois, em 1998, ele expandiu sua plataforma para a venda de CDs. Daquele momento em diante, continuou adicionando mais e mais produtos à Amazon, de misturadores de concreto e detectores de fumaça, em 1999, a scooters elétricas, raquetes de tênis e 700 tipos diferentes de queijo, em 2003.
Em 2005, a Amazon lançou dois novos serviços: o Amazon Prime (uma taxa anual de US$ 79 para fretes gratuitos com prazo de dois dias) e o Mechanical Turk (uma plataforma online de especialistas em tarefas que os computadores não conseguem fazer). Um ano depois, em março de 2006, a Amazon Web Services foi lançada, oferecendo às empresas armazenamento em nuvem. Conhecida como AWS, ela se tornou a plataforma de computação preferida de startups do Vale do Silício. Nos primeiros seis meses de 2018, a Amazon reportou pouco mais de US$ 3 bilhões em receita operacional para sua unidade da AWS.
O Kindle, leitor de livros digitais lançado em novembro de 2007, foi a primeira tentativa bem-sucedida da empresa na área de gadgets. Ele esgotou em 5 horas e meia e ficou sem estoque por meses. Quatro anos depois, recebeu um upgrade com o Kindle Fire, que incluiu o acesso a 100 mil filmes e programas de TV, a 400 revistas e a jornais em cores, além de a 100 gibis.
Aproveitando o constante fluxo de caixa da Amazon, Bezos também liderou uma série de aquisições estratégicas. Em janeiro de 2008, comprou a empresa de audiolivros Audible por US$ 300 milhões, poucos meses depois de ter lançado o Kindle. Um ano e meio depois, comprou a varejista de calçados de e-commerce Zappos, por pouco menos de US$ 1 bilhão em ações. Em agosto de 2017, fez sua maior aquisição até o momento: a cadeia de supermercados Whole Foods, pela qual pagou US $ 13,6 bilhões.
Em julho, a Amazon anunciou uma aquisição diferente: a compra por US$ 1 bilhão da PillPack, uma startup que trabalha com farmácias e realiza o serviço de delivery de medicamentos prescritos e vendidos sem receita. Já que a Amazon pode entregar mantimentos, livros e produtos de higiene pessoal, por que não medicamentos também?