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Depois de ser diagnosticada com uma doença reprodutiva relacionada a componentes químicos em produtos femininos populares, Arion decidiu ajudar as pessoas a ter acesso a itens em que podiam confiar. Milhões de mulheres sofrem de problemas reprodutivos como miomas, endometriose, ovários policísticos ou têm períodos menstruais complicados. Era importante para ela se transformar em uma agente de mudança, o que a levou a criar uma assinatura feminina chamada Femly que, desde então, tem crescido para uma linha de produtos reprodutivos baseada em soluções.
Pouco depois, Arion arrecadou US$ 10 mil para a Femly e passou a ganhar financiamentos de seis dígitos nas semanas seguintes.
Com um espírito inabalável, a empreendedora compartilha sua verdade de maneira transparente e serve como exemplo para oportunidades de cura e crescimento para outras mulheres. Arion conversou com a FORBES sobre prosperar diante de grandes traumas e perdas.
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Arion Long: Eu fui inspirada a compartilhar minha história porque foi terapêutico para mim. Felizmente, nunca pareço tão mal quanto me sinto, mas percebi que muitas pessoas me evitavam, não mencionavam minha perda ou simplesmente ficavam sem palavras. Então, gritar o nome de Sage do topo das montanhas e continuar minha jornada foi importante. Eu sou maior do que a minha história e sou a prova de que tudo pode ser realizado.
FORBES: Construir um negócio e administrar a saúde física e mental é algo de que costumamos falar nos podcasts, nas redes sociais e nas conversas do dia a dia. Qual a sua opinião sobre equilibrar o trabalho e a vida pessoal?
Arion Long: Apesar da crença popular de que eu sou uma supermulher, constantemente me lembro de que eu não sou! É muito importante que as pessoas percebam que o autocuidado é mais do que beber uma xícara de chá e tomar um banho de banheira. Eu sou a maior defensora de aconselhamento, terapia, manter um círculo de amizade firme, falar sobre os medos em voz alta e aproveitar as pessoas nas quais me apóio para ajudar a me carregar quando não consigo sozinha.
Arion Long: Trauma, perda e tristeza são processos incrivelmente solitários. Felizmente, eu tive o apoio do meu marido quando voltei a gerenciar minhas obrigações comerciais e a me concentrar na cura. No entanto, enfrentamos esses eventos juntos e temos métodos completamente diferentes para isso. Frequentemente, muitos fundadores se esforçam para trabalhar mais, em uma tentativa de escapar da dor. É muito importante abordar as coisas de frente e se permitir sentir as ondas de emoção que elas trazem. O enfrentamento pode incluir um dia dedicado à saúde mental, planejar uma rápida viagem ou sair de casa para fazer algo que você, em determinado momento, amou fazer.
FORBES: Você ganhou várias competições, participou de inúmeras palestras e recebeu diversas honras durante o caminho de crescimento da Femly. O que a ajudou a continuar alcançando o sucesso em meio a grandes traumas e perdas?
Arion Long: Eu acredito, sinceramente, que a minha fé e o espírito da minha filha têm uma mão em tudo que faço. Não consigo dizer como arrecadei e ganhei US$ 10 mil em apenas 10 dias depois de ser extubada (ventilação mecânica para conseguir respirar), enquanto sofria de perda de memória complexa. Eu não posso dizer a você como consegui me manter tempo o suficiente para continuar a encontrar razões para viver e ainda tendo que lidar com inflamação sistêmica. Eu, honestamente, não tenho todas as respostas, mas sei que estou aqui por uma razão e rezo para que minha perseverança e transparência sejam capazes de ajudar alguém.
FORBES: Uma vez que recebemos um prognóstico, pode ser muito fácil entrar no Google em busca de soluções médicas ou ler mensagens nas redes detalhando os passos de pessoas que parecem ter a mesma coisa. Como você conseguiu evitar e/ou superar a sobrecarga? E os sentimentos de síndrome do impostor?
Arion Long: Essa é fácil: eu não fiz isso. Eu literalmente tive que desistir do meu telefone porque os resultados para os sobreviventes da sepse geralmente são muito ruins. Estava lendo sobre amputações, transtorno de estresse pós-traumático permanente, distúrbios cognitivos e tinha um medo real de que eu nunca mais fosse capaz de me encontrar ou de ser a pessoa que era antes. Eu ainda estou lidando com isso. Além disso, para mim, a síndrome do impostor é diferente. Eu tenho dias incríveis e, então, a tristeza pode surgir do nada e me atingir como uma tonelada de tijolos. Tudo o que posso fazer é demonstrar gratidão por tudo que ainda tenho e planejar, criar estratégias e trabalhar em prol da minha imagem pessoal de sucesso.
FORBES: Há dicas práticas e/ou recursos que você recomendaria aos empreendedores que estiverem passando por jornadas semelhantes?
FORBES: Alguma palavra adicional de sabedoria que você compartilharia com empreendedores que lidam com trauma e perda?
Arion Long: Converse com alguém e não tenha medo de pedir ajuda.
FORBES: O que podemos esperar da Femly em um futuro próximo?