- Em entrevista, especialista Martina Olbertova desafia marcas de luxo a fazerem perguntas sobre como se encaixam no atual contexto cultural e seu papel no futuro;
- Segundo ela, a busca pelo significado de uma grife deve começar com uma profunda compreensão de seu significado para o consumidor;
- O luxo deve se transformar, definindo novos valores para seus clientes de forma positiva.
Perdoe-me por declarar o óbvio, mas o luxo perdeu sua importância. Se não for tão óbvio para as grifes – e pelo o que observei, não é -, é para os clientes dos quais o futuro delas depende. Para qualquer um que ganha a vida conversando e pesquisando consumidores, esse fato é tão claro quanto o logotipo LV em uma bolsa da Louis Vuitton.
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Mais de dois terços (67%) concordaram com a afirmação “Muitas marcas populares agora oferecem um nível de qualidade comparável às de luxo.” Isso é música para os ouvidos da Everlane, por exemplo, varejista de roupas norte-americana, que se posiciona como “luxo por menos”. Isso significa que algo está seriamente errado para as grifes tradicionais.
Martina Olbertova, doutora em estudos de mídia da Charles University, em Praga, e fundadora da consultoria Meaning.Global, diagnosticou o problema e prescreveu a cura em um novo estudo, intitulado The Luxury Report 2019: Redefining the Future Meaning of Luxury (O Relatório de Luxo 2019: Redefinindo seu Futuro Significado, em tradução livre).
“Há uma lacuna no significado e em como as marcas são gerenciadas”, ela afirma. “Grifes continuam em seu legado de longa data, mas não têm sentido para os consumidores de hoje. Para eles, tudo depende da relevância pessoal.” As marcas estão enfrentando uma crise de significado. Os antigos conceitos não se aplicam mais, e muitas ainda precisam descobrir o que os novos consumidores querem para se tornarem relevantes dentro desse contexto.
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As grifes estão na mira, à medida que o mercado se torna global e cultural, porque o luxo é, antes de mais nada, uma construção cultural. “O luxo ganhou uma posição de destaque em nossa cultura como um poderoso catalisador que satura as necessidades pessoais e sociais complexas”, escreve ela. “Os gestores de marca devem aprender a vê-las e gerenciá-las como ecossistemas dinâmicos de significado cultural.”
A quebra no significado de luxo
“Não queremos mais possuir as coisas porque elas acabam nos apropriando”, relata Martina. “Queremos ser livres, principalmente a próxima geração. Isso está dando origem à economia compartilhada, em oposição à dominante.”
Martina identifica as seguintes mudanças na vida dos consumidores, que causam um profundo impacto no significado do luxo e como eles o percebem e tornam parte de suas vidas:
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