Neste fim de semana, com o mundo do esporte em suspenso por conta da pandemia de Covid-19, MJ está voltando. A tão aguardada série documental de dez capítulos “The Last Dance”, que segue a temporada final de Jordan no Chicago Bulls, estreia amanhã (19) à noite na ESPN com um par de episódios. A obra será exibida, dois episódios por vez, todos os domingos à noite até 17 de maio. Também estará disponível na Netflix fora dos EUA.
O documentário estava originalmente programado para ser lançado no final de junho, mas a ESPN, que está sofrendo com uma escassez de programação causada pela crise, reagendou o projeto depois que os fãs inundaram a mídia social da empresa com pedidos para antecipar o lançamento. A manifestação revelou a profundidade do caso de amor do público com a estrela de 57 anos, que durante sua aposentadoria entrou no Hall da Fama – em 2009 -, desencadeou um meme lendário e se tornou o atleta mais rico de todos os tempos.
Para marcar a ocasião, a FORBES fez uma reportagem especial com os negócios que fazem de Michael Jordan um ícone.
Patrimônio líquido
Embora a maioria dos bilionários tenha perdido dinheiro nos últimos 12 meses, o patrimônio líquido de Jordan subiu US$ 300 milhões graças à valorização do Charlotte Hornets, franquia da NBA da qual o astro detém cerca de 70%, e a US$ 145 milhões em proventos, principalmente da Nike. Sua participação no Hornets vale US$ 940 milhões líquidos de dívida. Na lista dos Bilionários do Mundo divulgada no mês passado pela FORBES, MJ aparece na 1.001ª posição, com uma fortuna estimada em US$ 2,1 bilhões. Tiger Woods é o segundo atleta mais rico, com US$ 800 milhões.
No total, MJ ganhou US$ 94 milhões (antes dos impostos) durante 13 temporadas no Chicago Bulls e dois anos no Washington Wizards, além dos US$ 4 milhões que o Bulls pagou quando ele deu um tempo da temporada da NBA de 1993-1994 para jogar na liga menor de beisebol.
Para colocar esse salário em perspectiva, vale lembrar que o primeiro contrato de MJ, em 1984, foi de US$ 2,8 milhões por quatro anos. Após o ajuste da inflação, esse valor atualizado representa US$ 7 milhões, ou US$ 1,75 milhão por ano. A escolha principal do time em 2019, Zion Williamson, vai faturar US$ 44 milhões nos primeiros quatro anos. Foi apenas na sua 12ª temporada, com quatro títulos da NBA e um número igual de prêmios MVP, que MJ recebeu o salário mais alto da liga, US$ 30,1 milhões. Ele repetiu os ganhos no ano seguinte, com US$ 33,1 milhões, antes de se aposentar em 1998. Passariam-se mais 16 anos antes que outro jogador da NBA (Kobe Bryant) ganhasse US$ 30 milhões, graças ao teto nos salários individuais implementado em 1999.
MJ voltou como jogador ativo em 2001 com o Wizards, onde era sócio e presidente de operações de basquete, doando seu salário anual de US$ 1 milhão em ações de socorro às vítimas dos ataques de 11 de setembro.
A NBA tornou MJ famoso, mas foram os patrocínios que o tornaram rico. Ao longo de quase quatro décadas, ele ganhou US$ 1,7 bilhão (antes dos impostos) apenas em parcerias com marcas como Nike, Coca-Cola, McDonald’s, Wheaties, Chevrolet e outras. Ele ainda está vinculado à Nike, Hanes, Gatorade e Upper Deck.
Nike
A Nike sempre foi o maior patrocinador do jogador. O contrato inicial de cinco anos com a marca, assinado em 1984, valia US$ 500.000 por ano (cerca de US$ 1,2 milhão nos dias de hoje), mais royalties. Sua participação no ano passado foi de US$ 130 milhões pelas contas da FORBES, quatro vezes mais do que LeBron James, que tem o segundo maior negócio de calçados da NBA.
“O mais emocionante é que ainda estamos nos estágios iniciais de diversificação do portfólio da marca”, disse o ex-CEO Mark Parker ao anunciar os resultados do segundo trimestre. “E continuamos o impulso no terceiro trimestre com um lançamento significativo do ‘Jordan 11 Bred’, atendendo à demanda por um dos favoritos de todos os tempos da cultura de tênis.”
A Nike lançou o tênis de basquete Air Jordan XXXIV em setembro, e os atuais jogadores da NBA Zion Williamson, Jayson Tatum e Rui Hachimura o usam na quadra. A participação da empresa no segmento de calçados de desempenho para basquete nos EUA foi de 86% em 2019, de acordo com a companhia de pesquisa de mercado NPD. Numa categoria mais ampla de estilo de vida relacionado ao basquete a participação da empresa é de 96%.
Hornets
Seu investimento chegou bem a tempo de uma explosão nos valores das equipes desencadeada por três grandes eventos: um novo acordo coletivo de trabalho que reduziu a participação da receita dos jogadores de 57% para 50% em 2011; a compra, por Steve Ballmer, ex-CEO da Microsoft, do Los Angeles Clippers por US$ 2 bilhões em 2014, mais de três vezes o preço recorde anterior da NBA; e um novo acordo de TV da NBA com a ESPN e a TNT que triplicou o valor do anterior.
MJ recuperou parte de seu investimento no Hornets em setembro, quando concordou em vender cerca de 20% da equipe, avaliada em US$ 1,5 bilhão, para os gerentes de fundos hedge de Nova York Gabe Plotkin e Daniel Sundheim.
Investimentos
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Jordan e três colegas da NBA – Jeanie Buss, do Los Angeles Lakers, Wes Edens, do Milwaukee Bucks, e Wyc Grousbeck, do Boston Celtics – lançaram uma marca de tequila super premium, a Cincoro, no ano passado. A garrafa mais cara da linha, Extra Añjeo, é vendida por US$ 1.600.
MJ também ingressou no grupo de investidores que comprou o Miami Marlins da MLB por US$ 1,2 bilhão em 2017. Derek Jeter, um antigo amigo do jogador, é o CEO do clube e possui 4% da equipe, enquanto Jordan possui menos de 1%. Isso marca um retorno ao beisebol para o atleta, que passou um ano jogando beisebol na liga menor com o Chicago White Sox em 1994. (Ele voltou ao Bulls no ano seguinte, com um memorável comunicado à imprensa de três palavras: “Estou de volta.”)
Chicago Bulls
MJ não tem um toque de midas apenas para administrar sua própria conta bancária, mas empresta seu talento para ajudar outros a construírem fortunas de bilhões de dólares.
producing an annualized return for Reinsdorf of 17% versus 6.7% for the S&P 500 before dividends.
Filantropia
A parte multimilionária de Jordan nos rendimentos de “The Last Dance” será destinada à caridade, incluindo a organização sem fins lucrativos Friends of the Children, além de outros beneficiários ainda não definidos.
MJ se juntou à maioria dos outros proprietários da NBA no compromisso de continuar remunerando os trabalhadores de estádios enquanto os jogos estão suspensos, e o clube ainda ainda fez doações aos esforços de socorro na região das Carolinas do Norte e do Sul. Nos últimos anos, ele assinou cheques de sete dígitos para ajudar vítimas de furacões tanto nas Bahamas quanto nos Estados Unidos, e se envolveu com a fundação Make-A-Wish por três décadas como doador e realizador de centenas de desejos.
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