Quarentena e isolamento social fortalecem o mercado erótico brasileiro

8 de abril de 2020
GettyImages/ Witthaya Prasongsin

Produtos eróticos para casais e solteiros sofreram um grande aumento nas vendas em um período de maior tempo livre em casa da população

A atual situação de quarentena traz mudanças para o que entendemos como rotina na maioria dos casos. O fato de passar mais tempo dentro de casa e com a família pode ser um bom momento para fortalecer laços com pessoas amadas e também se conhecer melhor.

Uma das maneiras que as pessoas parecem ter encontrado para superar esse período de isolamento social é a busca por novas aventuras com itens eróticos. Esse comportamento, segundo o sexólogo e terapeuta de casais Marcelo Lima, é esperado: “A procura por itens de sex shop costuma aumentar nos períodos de férias, fins de semana e feriados”, afirma.

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Para explicar esse fenômeno, o profissional traça duas motivações principais, a ansiedade e a oportunidade. O momento de incertezas pode causar agitações inesperadas para algumas pessoas, um tipo de ansiedade que pode se transformar em desejo, justificando a procura por itens eróticos. Além disso, casais com rotinas atribuladas, que têm pouco tempo para estarem juntos, encontram uma oportunidade de ter mais contato e, assim, descobrir novos limites em sua relação.

Romulo Correia, fundador e diretor executivo do site de produtos eróticos Miess, revelou que o momento de reclusão social causado pelo coronavírus rendeu emoções para sua empresa: “Nos dias 18 e 19 de março sofremos uma queda nas vendas, as pessoas estavam com medo de gastar dinheiro, não sabiam o que iria acontecer. Mas isso mudou no dia 20, quando conseguimos recuperar todo o valor perdido nos dois dias”, disse.

Comodidade é a palavra de lei para o sucesso nas vendas da Miess, segundo o fundador. A Miess vende seus produtos pela Rappi, o que facilita a encomenda e gera trabalho para outras pessoas de fora da empresa também. Nos primeiros dias de abril, a fornecedora de produtos eróticos experimentou crescimento de receita de 85% em comparação com anos anteriores.

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Na busca de fidelização de clientes, a Miess promove live streams explicando o funcionamento de seus produtos e incentiva que pessoas se tornem revendedoras da empresa.

Outro exemplo de empresa que está vendo seus números dispararem em 2020 é o sex shop virtual Dona Coelha, especializado em produtos femininos. Desde o dia 11 de março, a empresa vem experimentando aumentos graduais de vendas, chegando no dia 18, quando conseguiu 52% de vendas a mais do que em 2019.

A previsão da empresa é que o faturamento do segmento de produtos eróticos consiga crescer muito de 2019 para 2020, passando de R$ 2 milhões para R$ 5 milhões, contando com alta nas vendas no dia dos namorados e segundo semestre. Por enquanto, o segmento cresceu 12% somente no período de quarentena do coronavírus.

O principal fluxo de procura pelos produtos da Dona Coelha veio dos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Pernambuco, algumas das regiões brasileiras com maior número de casos da Covid-19.

Outro caso que confirma a alta nas vendas de itens eróticos é o do site Click Chique. A empresa fundada por Pedro e Bernardo Xavier declarou que, desde o início do período de quarentena, registrou um aumento de 35% no volume de pedidos.

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Para criar um vínculo com novos clientes e retê-los, a Click Chique se preocupa em com a discrição na embalagem dos produtos, com a finalidade de “garantir total privacidade do cliente e, dessa maneira, encorajar as pessoas a realizarem novas compras online”.

O crescimento de demanda exigiu ainda mais atenção da administração da empresa com seus colaboradores. Alguns foram alocados para atividades de home office, mas outros permanecem na operação. A empresa garante que todas as medidas de segurança e higiene estão sendo atendidas e que busca sempre preservar a saúde dos funcionários.

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