Quando The Macallan quis comemorar o lançamento do Macallan Double Cask de 15 e 18 anos –feito a partir de um blend de barris de carvalho americano e europeus temperados com xerez–, chamaram McCurry, que então viajou pelas florestas da Espanha e dos EUA para capturar a habilidade do processo de fabricação do barril.
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Veja a entrevista a seguir:
Forbes: Trabalhando com The Macallan, qual parte da fabricação de uísque você mais gostou?
Steve McCurry: Fazer os barris foi a atividade mais fascinante e visualmente interessante. Na Espanha, fotografei quatro ou cinco locais diferentes de produção de barris, e depois alguns em Ohio e Pensilvânia. Alguns dos lugares são altamente automatizados, mas houve um, na Espanha, onde o artesanato e os métodos pareciam uma volta ao tempo. Foi muito dramático, as aduelas sobre as fogueiras, os rostos das pessoas que lá trabalhavam. Foi incrível observar todo o processo, desde os carvalhos, até a forma como eles moldam a madeira nos componentes e, em seguida, como montam o barril.
SM: Para fazer uísques, é necessário ter uma certa experiência, mas também olfato e paladar naturais para reunir tudo em um equilíbrio certo. Na fotografia, você também está tentando reunir uma série de componentes, a composição da cena, a iluminação e, para encontrar o equilíbrio certo, há também um tipo de talento que ou você tem ou não.
Além disso, na confecção do barril, no método tradicional, você o coloca no fogo, e tem que ter a experiência e a sensação de acertar o tempo ideal para que fique bom. Como na fotografia, você consegue aquela única foto e, se o momento não estiver certo, tudo se torna inútil.
F: Você tem um The Macallan favorito?
F: Algumas pessoas podem não conhecê-lo pelo nome, mas todos conhecem a sua famosa fotografia. Você se incomoda de ser conhecido principalmente por apenas uma foto, quando tem uma obra tão distinta e variada?
SM: Você não tem controle sobre isso, nem consegue pensar nesse assunto. Você vê o copo meio cheio, e o fato de seu trabalho ser reconhecido é uma coisa boa. Eu fiz uma série de livros, meu trabalho está por aí e é apreciado, apenas talvez não tão enraizado como aquela foto. A quantidade de fotos como essa, que existe na fotografia, é pequena. Dorothy Lange foi uma profissional brilhante, mas a maioria das pessoas poderia citar outra foto dela além de “Migrant Mother”? Isso não diminui o corpo de seu trabalho. É verdade, essa será a primeira linha do meu obituário –“ele fez aquela foto, viajou muito e deixou um legado”– e então eles terão de pensar em outra coisa para dizer. Sempre tive paixão por fotografia e viagens, e isso é recompensa o suficiente se você ama o que faz. Eu tive uma boa vida.
F: Muitas publicações pararam de usar fotógrafos e simplesmente tiram uma foto com seus iPhones. Ainda é possível alguém construir uma carreira como a sua?
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F: A Kodak deu a você a honra de usar o último rolo de Kodachrome. Você sente falta de alguma coisa no filme que não consegue suprir com fotografias digitais?
SM: Havia uma boa qualidade no Kodachrome. Para mim, porém, o que adoro na fotografia é a história e o componente emocional da imagem. Não é a impressão, a nitidez ou a cor –o que me chama a atenção é o conteúdo. Além da beleza, não há nada sobre filmagens que eu sinta saudade. Com filmes, eu estaria filmando com pouca luz e ficaria animado por ter a melhor foto da minha vida. Então, eu a pegaria de volta e veria que estava fora de foco. Tentar entrar na Índia com 300 rolos e eles pensarem que você está contrabandeando, ou tentar sair de algum lugar e pedir que eles os inspecionem manualmente e não usem a máquina de raio-X foi um pesadelo completo.
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