Novo museu ensina o poder das palavras

30 de outubro de 2020
Divulgação

Localizado na capital norte-americana, local tem galerias interativas e até robôs “nativos”

Quando Ann Friedman “viu o poder dos professores na vida de suas filhas”, pensou: “Eu deveria fazer isso também”. Então, ela voltou para a escola, tornou-se professora e não se intimidou em começar uma nova carreira aos 40 anos. Ann adorava ensinar os alunos do primeiro ano, que estão começando a ler e escrever. “Amo ver os olhos das crianças brilharem quando aprendem a ler, quando experimentam a beleza da poesia.”

Agora, a professora está, literalmente, trazendo a escola e a linguagem para mais perto das pessoas com seu novo museu interativo sobre o poder das palavras, batizado de Planet Word (Planeta Palavra). “É sobre como as palavras e a linguagem impactaram nossas vidas”, diz. Nas galerias há vídeos interativos que ajudam os visitantes a aprender mais sobre o tema, com conteúdos que abordam, por exemplo, dialetos e preconceitos implícitos e linguística forense. “Você pode usar a linguagem para resolver qualquer crime. Até os animais têm linguagem. Os tópicos são bastante atuais e, às vezes, controversos”, conta.

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O museu está localizado em Washington DC, capital dos Estados Unidos, na histórica Franklin School, originalmente construída em 1869 como uma escola urbana de elite, que, por curiosidade, foi aonde Alexander Graham Bell enviou a primeira transmissão sem fio em 1880 (que, aliás, eram palavras também). Há algo de poético em ter o primeiro museu interativo sobre o poder das palavras em uma escola onde uma nova forma de comunicação foi criada.

O inventor provavelmente ficaria satisfeito em ver uma parede com palavras “falantes” de seis metros de altura (retratada na imagem acima). Funciona assim: você vai até um microfone e diz qualquer palavra (em inglês) e a parede responde, iluminando aquela palavra e emitindo bipes e zumbidos e mostrando como ela é comum com base em onde está na parede. “Existem tantas maneiras de as palavras entrarem em nosso vocabulário e algumas delas são realmente divertidas e interessantes”, explicou Ann.

O museu pode até servir como uma nova tradição de Halloween. Caminhe até um espelho na biblioteca e, em vez de se enxergar no reflexo, você se assustará quando começar a ver e ouvir uma cena de um livro. Ou abra um livro em frente a uma viga e ele será lido em voz alta.

“O que acontece no Planet Word é que você aprende as técnicas que tornam aquela música, discurso ou anúncio realmente eficaz e persuasivo.” Você também pode tentar escrever um. Vemos entre 4.000 e 10.000 mensagens publicitárias por dia, dependendo do lugar onde moramos, de acordo com a empresa de pesquisa de marketing Yankelovich. Depois de ver a exposição do Planet Word, Ann espera que os visitantes estejam mais cientes de como esses anúncios estão tentando persuadi-los.

Quer aprender a fazer um discurso poderoso ou contar uma boa piada? Ouça alguns discursos famosos de vários líderes, incluindo o ex-presidente Obama (antes de se tornar presidente), Oprah, Malala Yousafzai, o presidente Kennedy ou até mesmo do personagem Mufasa do filme “O Rei Leão”, e depois tente, você mesmo, fazer um desses discursos com um teleprompter. Ou aprenda como as piadas são construídas e tente ensinar um robô a contá-la.

Se você sente falta do karaokê nestes dias de isolamento social, uma boa ideia é pegar um dos microfones na galeria de música. Nela, você aprenderá como as músicas são feitas.

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Embora o museu seja focado na língua inglesa, Ann fez questão de integrar os inúmeros idiomas do mundo no espaço, especialmente porque ela e seu marido Tom passaram muitos anos vivendo no exterior (Thomas Friedman, há muito tempo colunista de relações exteriores do “New York Times” é vice-presidente do Planet Word.) Uma sala atrai as pessoas com um enorme globo iluminado cercado por mini-robôs. Ao tocar na tela de um deles, uma voz nativa começa a falar sobre determinado idioma e a ensiná-lo ao visitante.

Comprometida com a proteção do meio ambiente, Ann ficou feliz com a exigência do estado para que todos os desenvolvedores alcancem pelo menos a certificação de construções sustentáveis. Embora ela e a empresa internacional responsável pela arquitetura do museu, a Beyer Blinder Belle, tivessem que fazer isso dentro dos limites de um marco histórico oficial, o Planet Word excedeu esse status. A construção tem um telhado verde com plantas variadas, um sistema de aquecimento e de ar condicionado modernos, eficiência energética e iluminação LED, entre outras características. “Além disso, o site da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos afirma que o reaproveitamento de prédios antigos, especialmente aqueles que estão vazios, reduz a necessidade de construção de novos edifícios e o consumo de terra, energia, materiais e recursos financeiros que eles exigiriam”, conta.

“Meu desejo é que, ao andar pelas ruas de Washington, as pessoas sejam mais empáticas com aquilo que ouvem ao seu redor, mais cuidadosas com as palavras e percebam que a maneira como as usam pode fazer uma grande diferença.”

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