Colheita de café ganha ritmo no Brasil e chega a até 15% para conilon do ES

17 de maio de 2023
Jose Roberto Gomes/ Reuters

A colheita de café arábica também começou em Minas Gerais

A colheita do café está ganhando ritmo no Brasil, com maiores volumes de grãos canéforas (robusta/conilon) sendo colhidos após o tempo ter ficado mais seco e facilitado os trabalhos, avaliou o centro de pesquisas Cepea, da Esalq/USP.

Cerca de 10-15% da safra foi colhida no Espírito Santo, o principal Estado produtor de conilon do Brasil, disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

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Em Rondônia, que cultiva o chamado robusta amazônico, cerca de 30% da colheita já foi concluída.

Renato Garcia Ribeiro, pesquisador de café do Cepea, disse que o clima no Brasil ficou mais seco recentemente, como é comum na estação, ajudando a acelerar o trabalho de campo.

“Está mais embalada… eles (produtores de robusta e conilon) começam primeiro mesmo”, disse Ribeiro nesta quarta-feira (17).

A chegada de oferta nova dessa variedade é boa notícia para a indústria de torrefadores e de café solúvel, uma vez que os preços do robusta em Londres, uma referência global, atingiram picos de 12 anos pelo terceiro dia consecutivo na quarta-feira  (17), já que os agricultores do Vietnã, importante produtor, quase não têm mais estoque para vender.

Os comerciantes que lutam para fornecer grãos robusta à indústria depositam suas esperanças no Brasil, embora as chuvas em abril tenham limitado os trabalhos.

O instituto de meteorologia Maxar disse que as condições estavam secas nas áreas de café do Brasil esta semana e devem permanecer assim nos próximos seis a dez dias, dando ao país muitas oportunidades de colheita.

A colheita de grãos arábica também começou em Minas Gerais, principal estado para o café no maior produtor e exportador global.

“Geralmente, após meados de maio, a colheita de arábica embala. Começa a colheita do sul de Minas a ganhar corpo. Em junho entra o Cerrado de Minas”, disse Ribeiro.

Na região de Garça (SP), os trabalhos em cafezais de arábica chegam em torno de 10% da produção; na Mogiana e nas Matas de Minas, as atividades somam cerca de 5%; no Noroeste do Paraná e no Sul Mineiro, o índice de colheita é de apenas 2%.