9 executivos e empresários que são exemplos em soft skills
Sofia Aguiar
5 de outubro de 2020
Patricia Pugas, diretora executiva de gestão de pessoas do Magazine Luiza, é um exemplo da habilidade de resolução de problemas
O movimento de transformação das habilidades profissionais que vinha ocorrendo nos últimos anos no mercado de trabalho ganhou força com a pandemia do novo coronavírus. Para além das capacidades técnicas – as chamadas hard skills -, recrutadores e gestores passaram a priorizar habilidades comportamentais – as soft skills. Segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial de 2020, o futuro do trabalho terá maior valorização das competências subjetivas.
O aumento do desemprego no Brasil durante o período da pandemia, de 12,6 milhões para 13,1 milhões de pessoas na comparação entre os trimestres encerrados em julho de 2019 e 2020, tornou a recolocação ainda mais difícil. Um estudo de 2019 feito pelo Institute for Business Value da IBM apontou que, nos próximos três anos, 120 milhões de trabalhadores nas dez maiores economias do mundo precisarão de recapacitação profissional. E, mais uma vez, as habilidades comportamentais aparecem com as mais exigidas.
Erika Linhares, executiva especializada em comportamento e cultura nas organizações e fundadora da B-HAVE, conta que o mercado percebeu que as hard skills, quando desacompanhada das soft skills, são um desperdício. Não adianta ter conhecimento sem saber como aplicá-lo, divulgá-lo e passá-lo para frente. “As empresas sabem que uma pessoa com habilidade comportamental desenvolvida corre atrás do aprendizado técnico. Mas se uma pessoa fica restrita às hard skills, o conhecimento ficava retido”, diz.
Porém, não são apenas os brasileiros em busca de um novo emprego que enfrentam desafios. As empresas também têm seus problemas. Apesar da expectativa em encontrar habilidades comportamentais em seus colaboradores, a oferta de pessoas com essas características nem sempre é farta. A executiva aponta que, por exigir um processo intenso de autoconhecimento, desenvolver habilidades comportamentais é muito mais “demorado e dolorido”, uma vez que os profissionais precisam “parar de julgar o outro e olhar para si mesmos, identificando as necessidades de mudança”.
Justamente por terem uma abordagem mais subjetiva, as soft skills também variam mais conforme as situações de trabalho. A especialista em recrutamento e seleção da Robert Half, Erika Moraes, diz que, “em geral, situações em que os profissionais são expostos a ambientes hostis, chefias inadequadas, pressão do mercado e desequilíbrio familiar tendem a desestabilizar as habilidades comportamentais”. Para Maria Odete, especialista em gestão por competência, o tripé que complementa o profissional ideal seria formado por competências voltadas para resultados – organização, planejamento, empreendedorismo e proatividade –, habilidades voltadas para clientes – comunicação, negociação, saber ouvir e empatia – e, por fim, as competências deliberantes – liderança participativa e treinadora. “Mas sempre falta uma competência”, afirma. “E aí vem a missão da empresa para montar um plano de desenvolvimento de soft skills e complementar o perfil conforme a necessidade do cargo.”
Como uma via de mão dupla, a companhia e o funcionário devem trabalhar de maneira conjunta para desenvolver o corpo organizacional. Para Erika Linhares, “não se pode demitir alguém porque a pessoa tem um problema em alguma habilidade comportamental”. E mesmo sem desenvolver as capacidades exigidas para um determinado cargo, o caminho a ser seguido pela empresa é o de recolocação em outra função. Segundo Maria Odete, a demissão deve ser a última opção considerada. “Quando isso acontece, quase sempre é falta de investimento no profissional”, diz.
Se o conhecimento de um tipo programação específica pode se tornar obsoleto com o tempo, habilidades como criatividade, liderança e trabalho em equipe são atemporais.
Mais do que ficar discorrendo sobre as características de cada uma das soft skills, a Forbes conversou com especialistas em recursos humanos de empresas dos mais variados portes, incluindo HR Techs, e pediu indicações de profissionais que representassem, com excelência e na prática, cada uma delas.
Veja, na galeria de fotos a seguir, 9 executivos ou empresários que são verdadeiros exemplos de soft skills de acordo com os especialistas consultados: