Ginástica cerebral: 10 aplicativos que prometem potencializar as atividades intelectuais
Maria Laura Saraiva
18 de junho de 2021
Divulgação
A ginástica cerebral é um conceito ligado a neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de se modificar conforme os estímulos
Não é novidade que quem deseja melhorar o condicionamento físico deve incorporar a prática de exercícios à sua rotina. Mas, quando o assunto passa a ser o desempenho do cérebro, nem sempre fica claro como potencializar as habilidades neurais. Desde a década de 1970, no entanto, o conceito vem sendo estudado por neurologistas na tentativa de encontrar maneiras de incrementar a memória, a concentração e a velocidade de raciocínio, por exemplo.
Apelidada de ginástica cerebral, a prática é baseada na neuroplasticidade, ou seja, na capacidade de o cérebro se modificar conforme os estímulos que recebe. Assim, quanto mais desafiadoras e frequentes forem as conexões entre os neurônios, mais fortalecidas e renovadas ficarão as atividades cognitivas. É o que explica o Dr. Saulo Nader, neurologista do Hospital Albert Einstein. “Tudo é questão de treino. Assim como nossos músculos, que podem ser trabalhados na academia, a cognição pode ser treinada com joguinhos e tarefas que exijam atenção, concentração, controle de inibição de respostas, memória, tomada de decisão, cálculo e estratégia. Quanto mais tirar o cérebro da zona de conforto, melhor. A prática rigorosa ao longo do tempo leva a um aumento do potencial neurológico, fortalecendo a memória e a cognição como um todo”, diz.
Outra boa notícia é que os benefícios podem ser colhidos no curto e no longo prazos. Famosa por “rejuvenescer” o cérebro, a ginástica cerebral não é exclusividade de quem teme os efeitos dos anos e da idade avançada. O Dr. Fernando Gomes, neurocirurgião e coordenador do ambulatório de doenças do envelhecimento no Hospital das Clínicas, explica que pessoas que sofreram algum dano ou trauma recente também podem se beneficiar da técnica, assim como aqueles que desejam apenas prevenir os sintomas de demência ou melhorar o raciocínio para o dia a dia. “Qualquer pessoa, mesmo sem nenhuma doença, pode e deve utilizar essa metodologia para aumentar a performance cerebral, intelectual e cognitiva”, afirma.
Na prática, uma das maneiras mais acessíveis e fáceis de treinar o cérebro é por meio de jogos ou desafios diários no próprio telefone celular. No Brasil, onde a população passa, em média, três horas e 45 minutos por dia em aplicativos, centenas de opções de plataformas que oferecem atividades do tipo já podem ser acessadas. Alguns, como o Fit Brains Trainer e o Lumosity, por exemplo, foram desenvolvidos em universidades norte-americanas com o propósito específico de estimular os circuitos neurais.
“Exercícios virtuais direcionados para a manutenção da atenção produzem efeitos palpáveis na vida real. Da mesma forma, a memória e a flexibilidade mental aumentam com esses pequenos desafios executados diariamente através de aplicativos especializados em ginástica cerebral. Esse aumento da eficiência do tráfego de informações elétricas nos neurônios, nas células nervosas e nas sinapses [comunicação entre dois ou mais neurônios], garantem um aumento progressivo na performance mental”, completa o Dr. Gomes.
Veja, na galeria abaixo, alguns dos aplicativos – todos em português e disponíveis para Android e iOS – que prometem exercitar a agilidade cerebral: