Uma pesquisa do Gallup com quase 27 milhões de funcionários em todo o mundo e um estudo recente do Resume Lab revelaram que as mulheres ainda têm um longo caminho a percorrer até a liderança. A percepção da presença feminina em papéis de comando é, na melhor das hipóteses, variável e, possivelmente, não surpreende que os opositores sejam, em muitos casos, os homens.
Antes de mergulharmos nos dados, quero lembrar que os seres humanos possuem cerca de 150 vieses cognitivos que os levam a fazer julgamentos e a decisões precipitadas. Essa necessidade de nosso cérebro de ser eficiente e agilizar as decisões resultam, frequentemente, em preconceitos. O viés que anotei como o mais ativo é o da similaridade. Quando algo é semelhante a nós, nos sentimos seguros, tendo mais facilidade em aceitar e confiar.
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Como, historicamente, os homens prevalecem no local de trabalho, o preconceito da similaridade resultou, em parte, na continuação deles no poder.
Veja, a seguir, como a liderança feminina é vista atualmente no mundo segundo a pesquisa:
1. Chefes mulheres superam seus pares masculinos
Pode-se citar inúmeros estudos sobre esse assunto, mas o do Gallup usou uma das maiores amostras. O instituto de pesquisa descobriu que chefes mulheres se destacam no engajamento dos funcionários, o que resulta em um melhor desempenho.
2. Líderes mulheres são submetidas a um padrão mais elevado
Aqui está o lado positivo: a satisfação dos funcionários é bastante alta com as líderes do sexo feminino, o que diminui a dor de ter que se manter sempre em um padrão mais elevado. No entanto, a pressão pela perfeição continua enorme.
3. Funcionários preferem uma líder feminina
Os dados mostram uma preferência significativamente maior por chefes do sexo feminino. Veja, a seguir, as opiniões de homens e mulheres sobre o tema:
- 90% dos entrevistados já trabalharam em uma equipe liderada por uma gestora. Desse total, 59% ainda são liderados por elas;
- 70% dos entrevistados consideraram as líderes eficazes, enquanto 49% disseram que elas eram extremamente eficazes;
- 38% dos entrevistados preferem trabalhar para uma gestora, seguido por 26% que preferem trabalhar para um homem e 35% que não têm preferência por gênero;
- 67% dos entrevistados têm uma atitude positiva em relação às mulheres que gerenciam suas equipes e 62% deles são positivos sobre mulheres na liderança das organizações;
- 38% dos entrevistados acham que as mulheres são melhores em posições de liderança, em comparação com 35% que pensam que os homens são melhores no comando;
- 55% dos entrevistados concordam que as mulheres em cargos de gerência precisam apresentar desempenhos mais elevados do que os homens.
4. A divisão de gênero ainda não pode ser negada
Isso é mais complicado e os dados mostram que ainda temos um longo caminho a percorrer. Veja o que as mulheres e os homens disseram sobre líderes femininas:
- 48% das mulheres preferem trabalhar para uma gestora do sexo feminino;
- 72% delas se sentem bastante ou muito otimistas sobre ter mulheres líderes em suas organizações;
- 42% das profissionais femininas confiam mais em uma mulher do que em um homem para liderar uma empresa.
- Apenas 28% deles preferem trabalhar para uma gestora do sexo feminino;
- Somente 53% dos homens se sentem otimistas em ter mulheres líderes em suas organizações;
- Meros 17% dos profissionais do gênero masculino confiam mais em uma mulher do que em um homem para liderar uma empresa.
5. A divisão racial ainda não pode ser ignorada
Eu adoraria dizer que o mundo finalmente se tornou daltônico, mas não é assim que funciona. As mulheres negras ainda enfrentam desafios maiores para garantir um cargo de gestão ou um trabalho em geral. Veja o que a pesquisa revelou sobre o tema:
- 69% dos entrevistados acham que as mulheres negras enfrentam maiores desafios no mercado de trabalho;
- 67% dos entrevistados acham que é mais difícil para uma mulher negra conseguir um cargo de gerência.
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6. As líderes femininas são percebidas como melhores representantes organizacionais – mas a mídia as trata como uma novidade
Os dados mostram que os funcionários acham que as mulheres são melhores na representação de sua organização. No entanto, é intrigante para mim que as líderes femininas ainda sejam tratadas pela mídia como uma novidade. O gênero é tratado como um qualificador quando se trata de realizações (‘Uma fundadora!’ ‘Uma CEO feminina!’). Temos um trabalho a fazer aqui, olhando além do gênero (e também da raça) no mundo dos negócios. Eis o resultado do levantamento:
- 37% dos entrevistados acham melhor que a imagem de uma organização seja representada por uma mulher;
- 34% dos entrevistados preferem que a imagem de uma companhia seja representada por um homem;
- 57% dos entrevistados concordam que a mídia e a cultura popular geralmente apresentam os homens como líderes convencionais no trabalho, enquanto as chefes mulheres são apresentadas como uma exceção ou uma curiosidade;
- 52% dos entrevistados concordam que as mulheres estão mais presentes em funções de apoio, como na administração;
- 59% dos entrevistados concordam que as mulheres estão sub-representadas em cargos de gestão.
7. Estereótipos e “equívocos emocionais” ainda reinam
É aqui que os dados ficam ainda mais interessantes. Por exemplo: 45% dos entrevistados acreditam um pouco ou fortemente que as mulheres seguem suas emoções, enquanto os homens seguem o raciocínio lógico ao tomar uma decisão. Veja o que a pesquisa do Gallup e do Resume Lab revelaram sobre isso:
- 44% dos entrevistados acham que as mulheres são mais compreensivas quando se trata de deslizes no trabalho;
- 45% dos entrevistados acreditam que, ao tomar uma decisão, as mulheres seguem suas emoções, enquanto os homens seguem o pensamento lógico;
- 45% dos entrevistados concordam que, em geral, as mulheres são mais propensas a assumir seus fracassos;
- 47% dos entrevistados concordam que as gestoras têm maior probabilidade de admitir um erro;
- 57% dos entrevistados concordam que líderes mulheres são melhores na comunicação.
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