11 dicas de carreira de Lisiane Lemos, nova integrante da equipe de criadores do LinkedIn

12 de novembro de 2021

Com uma carreira respeitada em tecnologia, a executiva usa seu tempo fora do expediente para empoderar outas mulheres

Especialista em transformação digital, Forbes Under 30 em 2017,  co-fundadora do programa Conselheira 101, palestrante, LinkedIn Top Voice – e recém admitida ao time de criadores da rede social, Lisiane Lemos está virando uma marca que une tecnologia, diversidade e que ainda parece estar em mais de dois lugares ao mesmo tempo. Na verdade, a executiva usa boas ferramentas de organização de tempo, gestão de carreira e cuidados com suas finanças que a permitem colocar sua marca em projetos e eventos relevantes, além de apoiar outras mulheres a conseguir o mesmo. Aqui, ela dá seus principais conselhos de carreira, não importa a área de atuação. “Eu nunca pensei em ter uma carreira corporativa e muito menos em tecnologia, mas hoje me vejo como uma líder corporativa e quero compartilhar para que outras mulheres também cheguem lá.”

1. Afie seu inglês

“Não espere a oportunidade para se comunicar nos lugares em que você vai precisar circular. Faço cursos de inglês anualmente para me aprimorar. Não perca uma oportunidade por causa disso.”

2. Organize suas finanças

“Sempre faça aquela pergunta de quanto tempo você consegue sobreviver se perder seu emprego hoje. Eu não fazia essa conta porque eu sabia que não iria gostar da resposta. Mas quando eu me organizei, com a ajuda de consultoria, e comecei a ter independência financeira, pude fazer melhores escolhas de carreira. Aí eu pude optar pelo que eu realmente gosto e não ir só pelo aumento. E isso tem a ver também com escolhas pessoais. Um dia decidi que queria ir para a Expo 2020 em Dubai, um evento de inovação que eu queria muito ir. Normalmente eu nem peço para a empresa pagar, porque quero ir como criadora de conteúdo que vai mostrar inovação. Não queria ir com o patrocínio do Google e da Microsoft ou qualquer outra empresa.”

3. Crie sua marca 

“Me esforcei para ter um nome para além de qualquer companhia. Quando passa o dia 30 e você recebe o seu salário, você pode ser mandado embora a qualquer momento. Eu comecei como Lisiane da Microsoft, mas eu me esforcei para não atrelar minha carreira apenas às empresas. Mas estudei a fundo o que gera conflito e o que não gera. Se eu trabalho com marketing digital, não posso falar disso nos meus canais pessoais e nem vou fazer palestras remuneradas sobre o assunto. É bom ser advogado para certas coisas.”

4. Separe os perfis

“Eu levo à risca a separação entre meu papel de funcionária [ela trabalha para uma gigante de tecnologia] e minhas atividades fora da empresa. Eu li as 30 páginas do meu contrato de admissão. Pra mim, isso é uma forma de relação de trabalho equilibrada. A empresa espera que eu entregue o meu melhor no horário comercial. Se estou dando essa entrevista, é porque está fora do meu expediente. Assim, eu pude profissionalizar minhas palestras. E transformei isso em uma fonte de renda, desde que o cliente não estivesse na minha carteira.”

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5. Faça seu Business Canva

“Eu investi em uma assistente pessoal, assessoria de imprensa, em mentoria de carreira, em consultoria financeira. Mas tudo isso tem um retorno, eu acredito. Eu enxergo minha carreira como um produto. Eu aconselho fazer um business canva pra você: qual a sua missão, quais seus valores, quais são os produtos que você oferece, quais serão seus canais de venda e quais são seus inegociáveis.”

6. Delegue

“É muito melhor ter uma assistente pessoal que agenda meus treinos quando eu viajo do que eu perder horas do meu dia pra fazer isso [Lisiane treina diariamente com personal trainer, mesmo quando está fora de casa]. Ela vai ser mais rápida e mais eficiente. É muito melhor ter alguém pra cuidar das minhas redes sociais: os meus posts são todos agendados. Nem todas as pessoas no mundo corporativo olham com bons olhos você ter duas carreiras. Eu me preocupo muito com a minha imagem profissional.”

7. Expanda seu network

“Eu trabalho para ser uma pessoa que conecta pessoas. Meu network funciona assim, recomendando pessoas quando alguém me pede indicações. Acredito que, quanto mais alianças eu faço, maior a igualdade dentro dos ambientes. E tudo o que eu faço é porque eu gosto e acredito. Quando criei o Blacks at Microsoft é porque eu era uma das primeiras mulheres negras naquela companhia e achei que aquilo não podia acontecer mais. Quando alguém me chama para um conselho, mesmo que eu saiba que não tenho mais tempo para isso, eu vou para a conversa porque vou falar de grupos de mulheres que podem ocupar a cadeira.”

8. A gente deve se preparar para o melhor

“Se a vaga da sua vida acontecer do dia pra noite, seu currículo tem que estar pronto. Quando minha mentora me indicou para o Under 30 da Forbes, ela me ligou e pediu meu currículo em cinco minutos. Eu estava no estacionamento do cliente, abri meu celular e mandei meu currículo. Quando mudei de emprego pela última vez, foi exatamente a mesma coisa. Quanto mais sênior você fica, são esses telefonemas que vão te dar a oportunidade. Você sempre tem que estar pronta com esse pitch em inglês e em português na ponta da língua. Então, quando eu ia fazer uma entrevista de carreira, eu já sabia tudo o que eu ia falar, também em inglês.”

9. Prepare-se no longo prazo

“Eu me comparo a quem já está no lugar que eu quero ocupar para entender o que preciso aprender para chegar lá também. Se tem um homem de 50 anos na presidência de um conselho, o que ele sabe que eu posso aprender? Faço um mapa da empatia e vou investindo, uso os dados a meu favor.”

10. Encontre apoio

“Para as minorias, grupos de afinidade sempre é chave do sucesso. Esses grupos, de mulheres, de pessoas negras, tiveram muita importância na minha carreira e ainda têm.”

11. No começo, mergulhe no cargo

“No primeiro semestre de cada cargo, eu dou um tempo dos meus trabalhos voluntários para entender muito bem o meu novo lugar, a cultura, o mercado etc. Geralmente depois que estou executando muito bem o meu trabalho, aí eu volto pro voluntariado. Porque se eu não estiver batendo cota, vai ser a primeira coisa que as pessoas vão olhar. Se o meu número não tá bom, você não vai me ver dando entrevista. Na minha cabeça, sempre ficou claro que eu quero ser uma líder do ambiente corporativo. Ainda quero ser uma pessoa que apresenta tecnologia e inovação para pessoas que nunca pensaram nisso.”