O ambiente socioeconômico, político, tecnológico e até sanitário, com a pandemia, está fazendo a força de trabalho mudar. E, segundo o professor, é preciso acompanhar esse futuro e se projetar frente a ele.
Mundo VUCA
A expressão “Mundo VUCA”, que se refere a um mundo com volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, não é nova, mas assume um caráter diferente com as atuais mudanças a que estamos submetidos.
O uso da tecnologia e a inteligência artificial trazem transformações e incentivam a flexibilidade no trabalho. “Há uma série de estudos que mostram o quanto a produtividade aumentou com o modelo de trabalho remoto”, diz ele, que também avalia que muitas empresas estão implantando o modelo híbrido para sustentar a cultura organizacional e promover o engajamento entre os funcionários. “São nos momentos de conversas paralelas que surgem ideias inovadoras.”
Frente a todas essas mudanças, ele cita o life long learning, que significa continuar buscando conhecimento durante toda a vida, como a chave para se manter atualizado no mercado. “Quanto mais eu estudo, mais eu acompanho as mudanças na sociedade e nas empresas e mais eu vejo que eu preciso continuar estudando.”
A atualização constante é essencial e Fabricio julga importante se colocar como protagonista da sua evolução no mercado de trabalho. Mas os gestores também têm responsabilidade. “Você deve fazer o autogerenciamento da sua própria carreira, mas os gestores têm um papel muito grande de estimular as suas equipes a buscarem aperfeiçoamento.”
Foco nas soft skills
As soft skills passam a ser ainda mais relevantes seguindo a tônica: “As pessoas são contratadas pelas suas habilidades e competências técnicas, mas, na grande maioria, são demitidas por suas competências sociais.”
Ou seja, você precisa ter um currículo, uma formação sólida e competências técnicas para entrar numa empresa e começar a carreira, mas precisa de habilidades sociais para continuar.
O professor elenca algumas das soft skills mais solicitadas pelo mercado hoje:
- Foco na solução de problemas;
- Decisões assertivas e éticas;
- Cuidado com viés de julgamento;
- Habilidades de comunicação;
- Autogestão;
- Colaboração;
- Esclarecimentos sobre valores.
A carreira não é mais linear
Com essa ideia de futuro do trabalho, até a apresentação do currículo mudou. “Algumas empresas nem pedem currículo, querem que você mande um vídeo falando sobre você.” Ele cita uma pesquisa da FGV com mais de 100 mil perfis no LinkedIn em que alguns foram selecionados para uma análise às cegas por executivos de RH. “Eles ficaram muito mais interessados em contratar profissionais com storytelling no minicurrículo, contando o que os movia dentro da empresa, seus propósitos, experiências em que tiveram resultados positivos e até mesmo as que tiveram resultado negativo.”
O storytelling, segundo ele, melhora o perfil e ajuda a criar uma marca pessoal. “A gente está muito mais interessado em pessoas criativas, inovadoras e resolutivas do que naquela linearidade que a gente já estava acostumado.”
E experiências fora do trabalho que podem ajudar em demandas profissionais, como voluntariado, por exemplo, também são bem-vindas no currículo do profissional do futuro.