Especialistas em carreira e sites de crescimento profissional estão tentando definir o que significa esse movimento, por que ele está ganhando tanta popularidade agora e como é importante tanto para funcionários quanto para empregadores.
Assim como a “Grande Demissão” começou como uma frase (cunhada pelo professor Anthony Klotz, que estudou as saídas de centenas de profissionais em sua entrevista à Bloomberg Businessweek), o quiet quitting tem o poder de catalisar algumas importantes reavaliações sobre trabalho e carreira.
O que é quiet quitting?
Na verdade, ele discute limitar as tarefas profissionais apenas ao que está estritamente definido na descrição do seu trabalho. Ou seja, não assumir mais deveres e tarefas do que sua função atual estabelece e fazer o mínimo que puder para concluir o trabalho necessário, mas fazendo isso bem.
O objetivo é evitar o burnout ao trabalhar mais horas do que o necessário e fazer mais do que você foi contratado para fazer – sem ser remunerado por isso.
Esse movimento também dá voz a todos aqueles que estão insatisfeitos com a forma como são tratados por seus empregadores, que forçam os funcionários a voltar aos escritórios quando os acordos remotos eram aceitáveis e produtivos e não pagam pelo trabalho extra que é feito.
Por que ganhou popularidade agora?
E esses desafios estão recaindo ainda mais sobre as mulheres, que muitas vezes também têm que conciliar mais responsabilidades domésticas, cuidados com crianças e idosos e ajudar na educação dos filhos.
O novo normal de “trabalho remoto”, apesar de ter alguns benefícios, pode borrar os limites entre casa e trabalho e tornar ainda mais difícil sentir quando “terminamos” o trabalho pelo qual estamos sendo pagos.
Embora o modelo remoto possa nos permitir mais flexibilidade, também pode ser muito mais difícil nos afastarmos de estar constantemente “online”. Isso nos impossibilita de relaxar e separar completamente do trabalho – focar por um período de tempo em nossas vidas pessoais, hobbies, família e outras atividades sem interrupções profissionais.
Por que o quiet quitting repercutiu tanto
O termo (e a expressão “se demitir”) dá às pessoas uma sensação de poder pessoal e urgência em relação ao que milhões de pessoas estão sentindo hoje. E isso permite a elas algumas novas maneiras de pensar sobre como recuperar o controle de suas vidas. Além disso, é empoderador para as pessoas verem que não estão sozinhas (e que milhões de outros profissionais compartilham dos mesmos problemas).
Assim como o movimento da Grande Demissão, ele legitimou as preocupações dos profissionais sobre trabalho e vida profissional, e os ajudou a tomar medidas que os fazem sentir mais no controle das suas carreiras e de como estão vivendo suas vidas. Isso ajudou os líderes a acordarem para a gravidade do problema e para a forma como eles estavam liderando.
As desvantagens da “demissão silenciosa”
Fazer o trabalho para o qual você foi contratado e nada mais que isso pode causar mal-entendidos entre você e seu chefe. Por isso é importante conversar com ele sobre isso.
Então, em vez de ver esse movimento como uma “demissão silenciosa”, eu encorajo as pessoas a tentar fechar as lacunas de poder.
Siga os seguintes passos para se tornar sua versão mais poderosa:
Entenda o que não está funcionando e por quê
Tire um tempo para entender o que você sente que está e o que não está funcionando em sua função e carreira. Avalie por que você pode estar fazendo mais do que pensava que precisava.
Não fique quieto – seja claro e forte
Antes de parar “silenciosamente” de fazer um trabalho que era considerado seu, converse com seu chefe para compartilhar sua visão sobre seu papel e ouvir a opinião dele sobre isso, para ter certeza de que vocês estão na mesma página. Construa um argumento forte, claro e sem emoção (com fatos, métricas, dados e suporte) para o motivo pelo qual você tem mais tarefas do que deveria para o salário que recebe.
Entenda que “simplesmente parar” de fazer um trabalho que era considerado seu normalmente não vai bem. Você precisa dar algum contexto e comunicar o que está mudando se quiser fazer com que esses tipos de mudanças funcionem para sua equipe e empresa.
Estabeleça limites mais fortes
Seja muito claro sobre como você deseja se envolver com sua equipe, quando você pode receber e responder e-mails e chamadas, como prefere lidar com assuntos urgentes que surgirem e outras questões. E discuta isso com sua equipe e a gerência.
Priorize o que importa
Descubra o que é mais importante para você e tenha uma posição firme para priorizar isso. Dê uma boa olhada em como você gerencia (ou não) seu tempo. Pode significar que você decide que o trabalho te dará um salário justo, mas seus verdadeiros interesses estão fora do trabalho, e isso importa mais, ou que sua família vem em primeiro lugar.
Para ter o que você quer na vida, você tem que reconhecer o que mais importa e ter a coragem de honrar essas prioridades.
Lidere melhor
E se você é um líder hoje, é hora de se conectar mais profundamente com as pessoas que você lidera. Aproveite essa oportunidade – já que o quiet quitting está na vanguarda do que estamos lendo e falando sobre – para sentar com seus funcionários individualmente e em equipe e ter um diálogo aberto e sincero sobre o que está funcionando e o que não está.
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