Futuro do trabalho: 5 prioridades para quem busca um novo emprego

28 de outubro de 2022
Getty Images

Pessoa buscando emprego por plataformas na internet

Na nova pesquisa Tendências dos Talentos Globais (Global Talent Trends Report, em inglês), a rede social profissional LinkedIn compartilhou algumas das descobertas baseadas nos dados que coletou sobre as mudanças do mercado de trabalho.

O cenário para aqueles que buscam por emprego não é bom.

Com uma amostra de 14 países, as taxas de contratação tiveram quedas ao longo do ano passado, com a dos EUA tendo diminuído 13% desde o último mês de setembro. Também, a pesquisa mostrou que os trabalhadores estão se preparando para uma crise econômica, com a queda da confiança dos trabalhadores e candidatos norte-americanos em melhorar suas condições econômicas.

Sem surpresas, o relatório indicou que os candidatos a vagas consideram os salários e benefícios como suas prioridades máximas ao buscar emprego. Entretanto, eles também valorizam três valores que ganharam força com a pandemia: equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, regimes de trabalho flexíveis e oportunidades de aprendizado. Com o aumento das incertezas do mercado de trabalho, ter oportunidades para subir na carreira em seus atuais empregadores ficou entre uma das cinco prioridades deles.

Se você for um empregador buscando atrair novos talentos e reter sua equipe atual, foque nesses cinco aspectos:

1. Retorno financeiro

Excelente retorno financeiro e benefícios são um dos fatores que aqueles que buscam emprego mais valorizam. Na pesquisa, Jennifer Shappley, vice-presidente de aquisição de talentos, explica: “as pessoas estão procurando por estabilidade em meio à instabilidade da economia pela qual estamos passando e sobre a qual lemos todos os dias. Logo, faz sentido que os candidatos priorizem o retorno financeiro ao analisar suas oportunidades”.

2. Equilíbrio

Assim como os resultados da pesquisa do ano passado (2021), o relatório demonstrou que os que buscam por emprego ainda valorizam organizações de trabalho que favoreçam um equilíbrio entre vida pessoal e profissional. A pandemia fez muitos trabalhadores a repensarem suas prioridades e a relação que possuem com seus empregadores. Como consequência disso, os candidatos continuam priorizando o equilíbrio trabalho-vida pessoal, buscando empregadores que valorizem o bem-estar físico e mental de seus trabalhadores.

Qual a dica de Shappley aos recrutadores de talentos? Esteja preparado para conversar com os candidatos sobre os valores da sua empresa e como ela auxilia seus funcionários.

“Isso não é somente uma estratégia de recrutamento, mas também, é a chave para garantir a retenção dos melhores funcionários”, a vice-presidente pontua. “Entender essas prioridades e ouvir nossos empregados nunca foi tão importante para assegurar que estamos construindo estratégias de contratação e retenção de talentos que sejam atraentes e retenham os melhores funcionários”.

3. Flexibilidade

Para aqueles que buscam oportunidades, regimes de trabalho flexíveis – como decidir quando e onde trabalhar – continua como parte das prioridades de emprego.

A pesquisa descobriu que os candidatos querem, cada vez mais, trabalhar remotamente, mesmo com a diminuição de anúncio de vagas remotas pelos empregadores. As postagens de posições remotas disponíveis no LinkedIn norte-americano atingiram seu ápice em fevereiro de 2022, representando 20% do total das vagas de emprego – e, mesmo assim, atraíram mais de 50% das candidaturas. No entanto, até o mês de setembro, os anúncios de vagas remotas diminuíram para 14% de todas as postagens, mas obtiveram 52% de todas as candidaturas submetidas nos EUA.

4. Aprendizado e 5. Crescimento

Oportunidades para aprender novas e desejáveis habilidades, bem como oportunidades para crescimento na carreira internamente na companhia, estão entre as prioridades dos que procuram empregos.

“Sabemos que as pessoas desejam aprender e crescer em seus empregos, não importando as condições econômicas ou do mercado de trabalho”, explica Linda Jingfang Cai, vice-presidente de desenvolvimento de talentos do LinkedIn. “Isso é quase se os funcionários estivessem pedindo a si mesmos e aos seus gestores ‘Como posso fazer um trabalho melhor para eu ser pago mais, ser promovido ou conseguir meu cargo dos sonhos?’ Os dados que conseguimos mostram que, mesmo com as diferenças entre certas indústrias e regiões, as pessoas irão buscar oportunidades melhores em outros empregadores caso essas perguntas não sejam atendidas, na maioria dos casos”.

Apesar de alguns resultados desanimadores, há boas notícias.

O estudo notou que a mobilidade interna pode estimular a retenção de funcionários, indicando que empregados com oportunidades de mudanças internas são 75% mais prováveis de ficarem em suas empresas depois de dois anos em relação àqueles sem essa possibilidade.

Jingfang Cai aconselha recrutadores de talentos a darem maior autonomia aos funcionários em relação às suas trajetórias na empresa. “Comece a conversar com eles sobre suas possibilidades para aprender, crescer e, finalmente, transformar suas carreiras dentro da empresa desde o princípio”.