Lionel Messi tem somente mais um jogo na Copa do Mundo para fazer sua mágica e se unir a Diego Maradona, Pelé, Zinedine Zidane e outras estrelas do futebol que ganharam uma Copa, algo que poucos conseguiram.
Mesmo com as sete Bolas de Ouro ganhadas por Messi, elas sempre tiveram um asterisco ao lado. Um estranho sentimento de que, sim, ele ganhou tudo que podia no Barcelona e em nível individual, mas ainda falta uma Copa do Mundo na sua série de conquistas. É o último troféu para que muitos o considerem, sem dúvida alguma, o melhor jogador de todos os tempos.
Claro que essas discussões são puramente subjetivas e a verdade é que Messi não precisa vencer uma Copa do Mundo para estabelecer o seu legado como um dos melhores jogadores a chutar uma bola de futebol. A prova já temos.
Mas o que Messi realmente precisava era de uma Copa do Mundo em que ele fosse o líder da equipe argentina, lutando por um possível terceiro título na competição. Maradona levou o país à vitória em 1986 e 1990 e Messi é inevitavelmente comparado a ele, gostando disso ou não.
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Depois das decepções de 2010, 2014 e 2018, ano no qual Messi aparentava até mesmo sobrecarregado pela responsabilidade de ser o líder da seleção, ele agora parece em paz com esse peso. É um homem confortável consigo mesmo e com a sua posição no time argentino como capitão e, também, como o herói da nação.
Sem dúvidas, a Argentina sem Messi não estaria nem perto de competir em uma sexta final de Copa do Mundo. Assim como Maradona na Copa de 1990, Messi é o fator decisivo entre um time argentino que provavelmente não conseguiria ir além da fase de grupos e uma seleção que está na sua segunda final de três torneios mundiais. Messi faz a diferença.
Essa foi a sua Copa do Mundo, independentemente do resultado de domingo.
O pênalti de Messi no jogo contra a Croácia foi a sua terceira cobrança na competição – e seu quinto gol –, passando o ex-jogador argentino Gabriel Batistuta como o maior artilheiro da Argentina em Copas do Mundo.
E a Croácia, talvez cansada pelas vitórias nos pênaltis contra o Brasil e o Japão, ofereceu pouco em termos de ameaça de ataque à defesa argentina. Messi, como tem feito ao longo do torneio, alternou entre caminhar e arrastar os pés, esperando o momento exato para deixar sua marca no jogo.
Além do seu passe sem olhar para trás para Nahuel Molina no jogo contra a Holanda, que deu a liderança à Argentina, o outro grande momento ‘Messi’ desta Copa do Mundo veio aos 68 minutos contra a Croácia, quando ele virou o pobre Josko Gvadiol do avesso.
A reputação já crescente do croata Gvardiol aumentou exponencialmente ao longo do torneio. Junto com o sempre brilhante Luka Modric, foram sem dúvida os melhores jogadores da Croácia na Copa do Mundo. No entanto, o jovem de 20 anos pouco poderia fazer para impedir Messi.
Vimos vislumbres do Messi de 2012, torcendo e virando Gvadiol, reduzindo o jogador a uma pilha de membros mutilados enquanto levava a bola para a linha lateral antes de cortá-la para Julian Alvarez marcar seu segundo gol da partida. A Argentina havia perdido uma vantagem de dois gols contra a Holanda nas quartas de final. E eles não iriam cometer o mesmo erro nas semifinais.
Agora, com Messi garantido mais uma chance de levantar a Copa do Mundo, em um jogo final para carimbar ainda mais sua genialidade, ele tem que cavar fundo mais uma vez para ver sua nação ser vitoriosa.
A França, sem dúvida, será um teste muito mais difícil do que uma Croácia apática na final. Se não for do jeito de Messi no domingo, isso não afetará nem um pouco seu legado, já que ele fez a única coisa que sempre foi acusado de não fazer – pegar um time mediano e levá-lo à beira da grandeza.