Neste mês de março, eu gostaria de fazer um convite para uma rápida reflexão sobre igualdade de gênero. Eu sei que não tenho lugar de fala, mas também sei que promover equidade e inclusão é uma responsabilidade de todos: minha, de líderes e de todas organizações – não só das mulheres. Para evoluirmos, precisamos de parceria e de pessoas aliadas, para juntos trabalharmos em um mundo melhor.
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Até que decidimos mudar. Chegaram mulheres como minha amiga Adriana Novais, uma desbravadora do caminho feminino em Vendas, que hoje preside a P&G na Colômbia. Ela não queria “proteção”. Ela queria oportunidade. Queria poder escolher sua carreira, queria mudar o que fosse necessário e queria suporte dos seus colegas e líderes. A oportunidade veio e, com ela, muitos desafios! Todos recebemos letramentos, mentorias, treinamentos para lidar com as situações difíceis. Porém, ela mostrou a que veio e, com muito empenho e apoio, seguiu firme e chegou onde está. Tenho muita alegria de ter contribuído neste processo, sempre como amigo, às vezes como mentor ou até chefe.
Aprendi muito. Aprendi a, sempre que quiser ajudar alguém, perguntar antes como essa pessoa quer ser ajudada. Aprendi a acreditar menos em limitações e mais em possibilidades. Aprendi que, quanto mais plural o pensamento, mais soluções criativas acontecem. Aprendi que nessa troca, juntos chegamos mais longe.
Adri e tantas mulheres mostram que liderança e habilidade não têm gênero, e trazem muito mais valor que o preconceito. A presença de mais mulheres em Vendas, por exemplo, foi um terreno fértil para mudanças importantíssimas na cultura de vendedores e, principalmente, na maneira como indústria e varejo se relacionam. Existia no mercado a mentalidade de fazer a melhor negociação para si, tirando todo o suco do outro lado. Mas, com pessoas de pensamento diverso, foi criada a cultura do ganha-ganha. Clientes viraram parceiros e, em conjunto, passamos a criar valor um para o outro e fazer o que é bom para ambos.
A responsabilidade para mudar isso é de todos nós, jamais somente delas. Até porque, a equidade não é só a coisa certa a fazer, mas também é um grande negócio, com colaboradores mais felizes, um melhor clima organizacional e abrindo um celeiro de talentos e oportunidades. Como aliado, meu papel é me conscientizar, ouvir, transformar e incentivar tantas outras Adrianas, Veronicas, Brunas, Luanas, Milenas ou Fernandas desbravando matas fechadas para se tornarem referência. Meu papel é relembrar que estruturas podem ser mudadas. Basta querer e começar.
André Felicíssimo é presidente da P&G Brasil
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