Exoplaneta fora do Sistema Solar tem céu azul como a Terra

27 de novembro de 2015

O responsável pelo imenso céu azul da Terra é um fenômeno conhecido como Rayleigh. Ele ocorre quando a luz do sol colide com uma molécula de ar que está se espalhando. Quanto mais próximo o comprimento de onda de luz da molécula de ar, mais provável que esta se disperse, pois as moléculas, no espectro visível, são menores do que as ondas. Portanto, as longas ondas vermelhas tendem a dispersar mais e as ondas curtas, azuis, menos. Assim, vê-se mais a luz azul do que a vermelha.

É pelo mesmo motivo que o pôr do sol tende a ser avermelhado. Quando o sol está abaixo do céu, maior parte da luz azul é dispersa pela atmosfera, deixando um sol vermelho. Nem todos os planetas têm um céu azul. Marte, por exemplo, com sua atmosfera extremamente fina, tem um céu vermelho amarronzado.

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O espalhamento Rayleigh é um efeito sutil, por isso, difícil de observar além do sistema solar. Porém, recentemente, foi observado na atmosfera de um planeta cerca de 100 anos-luz de distância.

O GJ 3470b foi descoberto em 2012, por meio de um método transitório. Isto é, quando o planeta passa em frente da estrela observada e nota-se um leve escurecimento dela. A intensidade desta sombra pode indicar o tamanho da órbita do planeta. Assim, portanto, verificou-se que o GJ 3470b é do tamanho de Netuno, com um período orbital de cerca de três dias.

Mas, se só se sabe o tamanho do planeta pela sua sombra, como sabemos se, nele, há espalhamento Rayleight em sua atmosfera? Houve uma análise detalhada sobre o brilho da estrela durante a transição. Com diferentes comprimentos de ondas, descobriram que o tamanho do planeta é maior em comprimentos de ondas azuis do que em ondas vermelhas.

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Só porque espalhamento Rayleigh ocorre na atmosfera do GJ 3470b não se pode assumir que a sua atmosfera seja semelhante à da Terra. Dada a sua dimensão, é provável que sua atmosfera seja composta de hidrogênio e hélio, na vez de nosso mix de nitrogénio e oxigénio.

Mas este é um grande exemplo de como os estudos das atmosfera têm sido mais aprofundados e ativos nos planetas alienígenas.