Patinetes elétricos já despertam raiva e dividem opiniões

8 de julho de 2019

Resumo:

  • Nos EUA, patinetes elétricos são até mesmo escondidos na areia para enganar os outros usuários;
  • Acidentes com motoristas e pedestres vão além dos danos físicos, financeiros e psicológicos
  • Nova York incentiva o uso de transportes alternativos para combater a poluição e o trânsito, mas proibiu os patinetes.

À medida que avançamos para uma nova era de mobilidade com bicicletas, e-bikes e patinetes elétricos, não é surpresa que algumas pessoas reajam a essas mudanças.

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Na cidade de Portland, no Oregon (EUA), por exemplo, os administradores e defensores da mobilidade “pescaram” 57 patinetes Lime, Bird e Razor e algumas bicicletas compartilhadas no rio Willamette, que atravessa o coração da cidade, segundo reportagem do jornal “The Oregonian”.

No mês passado, o departamento de polícia de Portland disse que sua equipe de patrulha marítima e o time de mergulho treinavam no no rio Willamette, sob a ponte Hawthorne, quando notaram os patinetes.

Os mergulhadores estavam preocupados com a possibilidade de as baterias dos patinetes vazarem no rio, então, voltaram para recuperá-los. Agora, por causa da ameaça ambiental, os mergulhadores da polícia continuarão monitorando a situação. Há uma suspeita em Portland de que os patinetes estão sendo jogados no rio por moradores que são contrários a eles.

O jornal “Los Angeles Times” e o site Autoblog relataram uma “guerra de patinetes” na cidade. “As pessoas os jogam em todos os lugares: no oceano, na areia, na lata de lixo”, diz Robert Johnson Bey, um funcionário da manutenção de Venice Beach que tem encontrado peças de patinete no calçadão de Venice Beach, na Speedway e em becos próximos.

Muitas áreas urbanas, como LA, Portland, Detroit e Minneapolis, estão repletas de patinetes elétricos, que já foram brinquedos para crianças. Empresas como a Bird and Lime estão entre as mais conhecidas no negócio de compartilhamento de patinetes, embora as gigantes Uber e Lyft também tenham participação na ação, bem como do serviço de compartilhamento de bicicletas, que incluem e-bikes.

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Muitos moradores aderiram a essa forma de transporte, mas há quem não goste das pilhas de patinetes encontrados em parques populares, ao lado de praias, estações de trem etc. A conta no Instagram Bird Graveyard narra os abusos daqueles que usam os patinetes e tem mais de 80 mil seguidores. Em Santa Bárbara, Califórnia, até mesmo estudantes universitários, o público-alvo dos patinetes, têm enterrado os veículos na areia da praia, para que outros usuários não consigam encontrá-los.

Uma reportagem do “Washington Post”, recentemente, relatou alguns problemas com os patinetes elétricos:

“Há ferimentos físicos de um lado: um homem de 75 anos tropeçou em um patinete abandonado em San Diego e quebrou o joelho. Um garoto de 7 anos perto de Los Angeles teve seus dentes arrancados por um piloto de patinete. Uma mulher de 44 anos foi atropelada por um usuário da Bird em um cruzamento de Cincinnati, que teve sua conta suspensa, enquanto a mulher recebeu uma conta médica de US$ 1.000. Do outro lado, outras formas de transporte oferecem o mesmo nível de perigo.”

Os problemas associados a tantos patinetes pegaram os municípios de surpresa. A cidade de Nova York ainda proíbe os patinetes, mesmo com sua popularidade em todo o país. Os infratores podem ser multados em US$ 500 ou ter seu patinete confiscado. Líderes da cidade relutam em mudar a lei e temem que os patinetes sejam perigosos demais, especialmente, em uma Manhattan cada vez mais congestionada, onde carros, pedestres e ciclistas já competem por um espaço limitado na rua.

As cidades têm incentivado a mobilidade alternativa para diminuir os congestionamentos e a poluição do ar. Mas os conselhos municipais precisarão montar planos reais para administrar o uso de patinetes elétricos, não só proibí-los.

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