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A empresa de e-commerce dedicou “centenas de milhões de dólares” ao seu novo centro de distribuição de 72 mil metros quadrados em Extrema (MG), que inicia testes nos próximos dias e deve começar a operar entre março e abril de 2020.
Com o aumento da automação, a empresa espera escolher itens em duas horas em vez das 24 horas atuais, trazendo uma redução significativa em tempo de entrega de produtos a clientes.
Cristiano Hyppolito, chief information officer da Dafiti, que esteve recentemente no novo centro de distribuição da Amazon, em Cajamar (SP), diz que a futura operação da empresa brasileira está em pé de igualdade com o hub logístico da Big Tech: “Nosso [novo centro] não deixa nada a desejar em relação ao deles”.
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Segundo Hyppolito, um dos maiores desafios está relacionado à qualificação de pessoal no Brasil com expertise que acompanhe o rápido avanço tecnológico da empresa.
Para suprir as demandas no curto prazo, a Dafiti está usando os parceiros internacionais seus próprios funcionários. No médio prazo, no entanto, a empresa planeja sofisticar sua abordagem para atrair o talento que precisa.
Segundo Hyppolito, estratégias em curso, que buscam o fomento da base de talentos no Brasil incluem engajamento com universidades, onde a empresa atua na formulação do conteúdo de cursos para garantir um pipeline de profissionais qualificados.
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A tecnologia apresenta possibilidades para trabalhar menos e viver melhor, mas a mentalidade para tal não avança no mesmo ritmo da inovação. Em um ensaio sobre o futuro do trabalho, o diretor de pesquisa da Comissão de Caminhos para a Prosperidade, da Universidade de Oxford, Toby Phillips, reflete sobre as previsões do legendário economista John Maynard Keynes para 2030. O futuro traçado por Keynes em 1930 previa que a sociedade teria avançado tanto que, em 100 anos, que as pessoas mal precisariam trabalhar. O maior problema, segundo Keynes, seria o tédio, que trabalhadores combateriam com jornadas de trabalho de 15 horas semanais.
Apesar de automação e avanço tecnológico terem trazido um progresso em produtividade significativo desde que as previsões de Keynes foram feitas, Phillips aponta que a média das jornadas de trabalho globais continua em 30-40 horas semanais. Uma das causas, é o que o acadêmico descreve como uma “esteira hedônica” de consumismo desenfreado. “Discussões precisam ir além das maravilhas da tecnologia e questionar para que serve tudo isso,” aponta. “Se não conseguirmos distinguir progressos importantes do que nos mantém nessa esteira, nossa inércia coletiva significa que nunca atingiremos a jornada de trabalho de 15 horas que Keynes imaginou.”
O primeiro registro de um recém-nascido no Brasil por meio da tecnologia blockchain ocorreu no Rio de Janeiro. O projeto envolveu o 5º Registro Civil de Pessoas Naturais da Cidade do Rio de Janeiro e a Casa de Saúde São José, onde o bebê Álvaro de Medeiros Mendonça nasceu no dia 8 de julho. O objetivo do piloto de três dias foi analisar os registros emitidos durante o período para estudar possibilidades de ampliação de sua adoção no hospital e em outras maternidades. O processo, que seguiu normas e procedimentos legais, aconteceu através da rede Notary Ledgers, da Growth Tech, que fornece serviços cartoriais digitalmente usando o IBM Blockchain Platform na IBM Cloud.
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Pesquisadores brasileiros e franceses debatem a o impacto da digitalização em cidades hoje (31) no evento HiperUrbano, realizado no Rio de Janeiro pelo Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social da Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), e a Université Paris 8 Vincennes-Saint Denis. O evento discute temas como cidade digital, data city, smart city, as mudanças postas pelas tecnologias de comunicação, e modos de presença na cidade pós-digital.
Angelica Mari é jornalista especializada em inovação há 18 anos, com uma década de experiência em redações no Reino Unido e Estados Unidos. Colabora em inglês e português para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC, The Guardian e outros.
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