Facebook decide banir propagandas que encorajam eleitores a não votar nos EUA

21 de outubro de 2019
GettyImages/SamuelCorum

Mark Zuckerberg se disse a favor dos discursos políticos pelas redes sociais como uma forma de inclusão

Resumo:

  • O Facebook anunciou que não vai autorizar que propagandas que desencorajam pessoas a votar sejam veiculadas em suas redes;
  • O CEO da rede social, Mark Zuckerberg, já havia declarado anteriormente que não se deve mexer com o discurso político das pessoas, mesmo que esteja errado;
  • Para o dono do Facebook, banir propagandas políticas só beneficia quem já está no poder;
  • A polêmica das falsas informações de redes sociais chegou a até a filha de Martin Luther King Jr, Bernice King. Ela afirmou que a desinformação política ajudou a matar seu pai.

O Facebook disse hoje que começará a proibir anúncios pagos que sugerem que votar é inútil ou que aconselham as pessoas a não votarem. A medida é parte de um conjunto de mudanças incrementais da política contra a desinformação, antes das eleições presidenciais de 2020, nos EUA.

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O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, disse anteriormente que não se deve mexer com discursos políticos na rede, mesmo que se prove que se trata de uma mentira ou informação falsa. Existem algumas exceções, como se um político defende a violência. E agora uma dessas exceções envolve desencorajar a votação.

Zuckerberg disse em uma teleconferência que anúncios que desencorajam as pessoas a votar serão proibidos porque tiram “as vozes de outras pessoas”.
O Facebook também disse que vai rotular com mais clareza informações erradas revisadas por verificadores de fatos independentes, além de marcar páginas e anúncios da mídia controlada pelo Estado (não inclui a mídia pública).
Separadamente, o Facebook removeu quatro novas campanhas de desinformação com links para a Rússia e o Irã, em um esforço para acelerar as ações de coação de países estrangeiros antes das eleições de 2020.

Na teleconferência, Zuckerberg continuou a defender a permissão de anúncios políticos como um todo, dizendo que essas propagandas compõem uma pequena fatia dos negócios do Facebook e bani-los completamente “favorece quem já está no poder e as pessoas que a mídia mais fala sobre”.

Zuckerberg respondeu às críticas da filha de Martin Luther King Jr., Bernice King. Depois de o executivo fazer um amplo discurso expondo suas opiniões sobre a liberdade de expressão, King disse na semana passada que a desinformação criou uma atmosfera que levou ao assassinato de seu pai.

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“Acho que ela está certa, a desinformação provavelmente teve um papel no assassinato dele”, disse Zuckerberg. Mas ele acrescentou que uma das coisas que “o inspira” sobre Martin Luther King Jr. é que “ele nunca perdeu a fé na importância da liberdade de expressão”.

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