Airbnb anuncia medidas de segurança após tiroteio na Califórnia

7 de novembro de 2019
Getty Images

Segundo, Brian Chesky, fundador do Airbnb, a empresa deve assumir um papel mais ativo no policiamento do que acontece na plataforma

Resumo:

 

  • Após a morte de cinco pessoas em uma festa de Halloween realizada em uma casa do Airbnb, a empresa de compartilhamento de propriedades está se comprometendo a revisar suas medidas de segurança;
  • Se os hóspedes fizerem check-in em uma acomodação da plataforma que não tenha um registro ou proprietário verdadeiro, o Airbnb realocará o cliente em outra propriedade e, se isso não for possível, devolverá 100% do dinheiro;
  • A empresa também anunciou uma linha direta entre vizinhos, que funcionará 24 horas, sete dias por semana, para que a comunidade possa acessar em caso de preocupação com o aluguel.

Uma semana depois da morte de cinco pessoas em uma festa de Halloween realizada em uma acomodação do Airbnb, na Califórnia, a empresa de compartilhamento de hospedagem anunciou que está comprometida em revisar suas medidas de segurança. As principais mudanças: a companhia planeja verificar todas as 7 milhões de hospedagens listadas em sua plataforma e vai oferecer uma garantia aos hóspedes de que devolverá 100% do dinheiro se a propriedade oferecida não atender às expectativas.

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A empresa também lançará uma linha de suporte disponível 24 horas, sete dias por semana, formada por pessoas reais, e revisará manualmente as reservas de alto risco.

A verificação das propriedades e a devolução do dinheiro dos hóspedes ajudará a aliviar uma das maiores reclamações sobre o Airbnb: que o que está anunciado no site nem sempre corresponde à verdade. A companhia vem enfrentando desafios com proprietários que falsificam suas identidades e anúncios de unidades que não existem. Um repórter da revista “Vice” detalhou uma dessas fraudes: um indivíduo administrava várias propriedades em diferentes cidades e transferia os hóspedes para acomodações diferentes das anunciadas. O Airbnb se recusou a revelar como faz a verificação dos proprietários ao repórter, o que provocou o envolvimento do FBI no caso.

Durante a conferência Dealbook, do “New York Times”, o fundador do Airbnb, Brian Chesky, disse que a empresa usará uma combinação de sua própria tecnologia com os hóspedes para ajudar a verificar se os imóveis e as identidades dos proprietários são precisas, de modo a atribuir o que ele chamou de “índice de confiança”. O objetivo é ter todas as 7 milhões de propriedades em sua plataforma verificadas até 15 de dezembro de 2020.

Como parte desse processo, se os hóspedes fizerem check-in em uma acomodação da plataforma que não tenha um registro ou proprietário verdadeiros, o Airbnb diz que realocará o cliente em outra propriedade ou, caso isso não seja possível, fornecerá um reembolso de 100%. “A maioria dos anfitriões faz um ótimo trabalho, mas os hóspedes precisam sentir que o Airbnb os protege, e acreditamos que esse compromisso é uma etapa necessária para proporcionar tranquilidade a eles”, afirmou a empresa em um post.

Para as reservas de maior risco, o Airbnb diz que adicionará uma revisão humana a qualquer solicitação sinalizada como suspeita em seus sistemas, como, por exemplo, se alguém selecionar uma propriedade com 10 quartos na mesma cidade em que vive por apenas uma noite. Chesky prometeu evitar locações para festas no futuro depois do tiroteio em Orinda, Califórnia, no Halloween. O episódio aconteceu depois que um hóspede alugou uma casa grande, por apenas uma noite, alegando que seus parentes precisavam de um local para permanecer longe da fumaça do incêndio do norte da Califórnia, de acordo com o relatos do “USA Today”. O motivo era, na verdade, uma desculpa para usar a propriedade para uma festa de Halloween que atraiu mais de 100 pessoas e saiu do controle, deixando cinco pessoas mortas e várias feridas a tiros.

Um dos recursos mais solicitados pelos usuários do Airbnb é uma linha direta entre vizinhos, para que as pessoas da comunidade possam acessá-la caso tenham alguma preocupação com o aluguel. A empresa diz que essa rede será formada por pessoas reais que estarão disponíveis 24 horas, sete dias por semana, e não um simples programa de e-mail. Além disso, a companhia está trabalhando com ex-chefes de polícia para desenvolver protocolos de resposta. Segundo o Airbnb, esse recurso será lançado até o final do ano nos Estados Unidos e globalmente em 2020.

Chesky reconhece que fez mudanças “significativas” no modelo de negócios da empresa desde o seu lançamento, 11 anos atrás, mas diz que sabe que sua empresa deve assumir um papel mais ativo no policiamento do que acontece na plataforma.

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