Se você desse ouvidos a esses aspirantes à Casa Branca, acharia que as pessoas da nossa lista de 400 são como o Tio Patinhas, personagem da Disney que fica sentado em seus caixotes de dinheiro repletos de moedas, notas, ouro e joias. Tribute isso e pronto! Você terá todo esse lucro para seus projetos de estimação. Não é bem assim… Observe o que as pessoas dessa lista possuem de fato e você logo verá que apenas uma pequena parte dos ativos delas corresponde a dinheiro disponível. Qualquer um que já teve uma casa ou um carro pode atestar a diferença entre bens e dinheiro.
Um imposto sobre a riqueza significaria menos riqueza para tributar. Tributar a simples posse de bens e valores mobiliários torna-os menos valiosos, por definição. Muitos teriam de vender ativos para pagar o imposto sobre aquilo que possuem.
Os impostos sobre a riqueza seriam um ataque sem precedentes à privacidade das pessoas e fariam as transgressões das chamadas Faang (Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Google) parecerem delitos inocentes. Os burocratas do governo teriam o direito de exigir listas de todos os seus ativos – assim como o direito de examinar sua casa, suas instalações de armazenagem, suas contas de corretagem, suas contas bancárias e todo o resto – para determinar se você ultrapassou o limiar do imposto sobre a riqueza. Com um clique, eles teriam acesso aos registros de tudo o que você comprou ou vendeu. Esse é o caminho para a servidão.
O lucro é bom, não ruim
Os democratas (assim como alguns republicanos) não entendem o papel crucial que os lucros desempenham em uma economia vibrante. Os planos deles de aumentar os impostos sobre a renda, as empresas, a folha de pagamento e a morte, sem mencionar novas cobranças, como uma taxa sobre as emissões de carbono, trariam um futuro sombrio, pois esses impostos prejudicariam gravemente as principais fontes de capital: a poupança e os lucros. Sem investimento, a economia estagnará. Como frisou o lendário economista Joseph Schumpeter, o lucro é essencial para o progresso. Ele é, na verdade, uma despesa empresarial. Ele financia as expansões e o custo das melhorias de produtividade. É ele que deve substituir o capital destruído pelas novas tecnologias. A internet, por exemplo, eliminou dezenas de bilhões de dólares em riquezas preexistentes no ramo de jornais e revistas. A maioria das startups fracassa, consumindo economias. Empresas naufragam constantemente, destruindo capital. Schumpeter reconheceu que os sucessos do comércio devem não apenas cobrir suas próprias despesas e recompensar seus investidores, mas também recuperar os custos dos empreendimentos malsucedidos.
“O LUCRO É ESSENCIAL PARA O PROGRESSO.” Joseph Schumpeter
melhorem os padrões de vida futuros. Como experimentos realizados em laboratório, as startups, a pesquisa e o desenvolvimento são essenciais para a aquisição de novos conhecimentos que nos permitirão avançar.
O lucro também fornece informações fundamentais sobre as preferências das pessoas. Um produto ou serviço de alta margem atrairá concorrentes, que, por sua vez, oferecerão aos compradores uma versão melhorada e/ou mais barata.
O PIB é a medida errada para avaliar a economia
Há muito tempo, somos levados a crer que a melhor medida do tamanho e da saúde de uma economia é o PIB (Produto Interno Bruto). Não é. Trata-se de uma imagem muito incompleta e, sem dúvida, enganosa de como uma economia opera de fato. Um quadro muito mais abrangente, realista e esclarecedor do que o PIB é a PB – produção bruta – ou, como é chamada na Grã-Bretanha, produção total. É como a diferença entre um raio X e uma tomografia computadorizada.
O renomado economista Mark Skousen defende há muito tempo o uso da PB. Ele usa como exemplo uma xícara de café. O PIB deixa de fora o cultivo e a colheita do grão de café, seu processamento e transporte e, finalmente, o preparo que proporciona a bebida a você.
Graças à pressão implacável e erudita de Skousen, o Gabinete de Análise Econômica (BEA, na sigla em inglês de Bureau of Economic Analysis), que compila as cifras do PIB dos Estados Unidos, passou a publicar o valor da PB a cada trimestre. Mas há um enorme – e imperdoável – porém: a PB trimestral é publicada mais de três meses depois da estimativa inicial do PIB, praticamente garantindo que a mídia a ignore. Por que o BEA faz isso? Porque a PB destrói a reinante ortodoxia econômica keynesiana, que dá primazia ao consumo, e não à produção.
O presidente Trump deveria ordenar imediatamente ao BEA para sair da letargia e divulgar a PB junto com o PIB.
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