Isso colocou grandes empresas farmacêuticas, universidades e startups de biotecnologia em primeiro plano. Desde o surto de Sars em 2003, outra variedade de coronavírus mortal, há pesquisas de maneiras de lidar com doenças que podem ser produzidas por essa família de vírus. Quando os coronavírus é capaz de infectar seres humanos, normalmente ataca o sistema respiratório, o que pode torná-los particularmente mortais.
Geralmente, leva cerca de 10 a 15 anos para desenvolver uma vacina. As boas notícias: saltos em tecnologia, como a capacidade de sequenciar rapidamente genomas de vírus e criar vacinas a partir do RNA mensageiro, estão acelerando o processo. O desenvolvimento de novos tratamentos com medicamentos também pode levar tempo –cerca de uma década desde a descoberta até o lançamento no mercado. Mas aqui a tecnologia também oferece uma vantagem. Novos tipos de medicamentos antivirais e tratamentos de imunoterapia podem tratar uma ampla gama de doenças. O que significa que os medicamentos que já estão em fase de desenvolvimento ou que já tratam pacientes podem ser úteis para combater a Covid-19, diminuindo o tempo necessário para a fabricação de um medicamento eficaz.
Cloroquina e hidroxicloroquina
Em 19 de março, o governo Trump anunciou que os medicamentos antimaláricos cloroquina e hidroxicloroquina haviam sido aprovados pelo FDA para ensaios clínicos. O FDA também aprovou a utilização dos medicamentos com base no “uso compassivo”. Os ensaios clínicos começaram em Nova York na última terça-feira, 24 de março. Os tratamentos, que foram inventados na década de 1950, são fabricados por vários países. Pequenos estudos da China e da França forneceram dados preliminares encorajadores e outros nem tanto, mas são necessárias mais pesquisas.
Status: Teste humano em larga escala
Nos últimos anos, a Gilead, sediada em Foster City, Califórnia, desenvolveu o remdesivir, um antiviral que mostrou resultados promissores em estudos de laboratório contra Sars, Mers, Ebola e outras doenças infecciosas, incluindo a Covid-19. A empresa iniciou testes clínicos nos EUA e na China para verificar se o medicamento pode ser eficaz contra a pandemia atual e também trabalha com governos para fornecer o medicamento como tratamento de emergência na ausência de outras opções.
Status: Teste humano em larga escala
Nota: Uma avaliação da Organização Mundial da Saúde de fevereiro descreveu o remdesivir como o “candidato mais promissor” contra a Covid-19, mas dados preliminares levantaram algumas preocupações de segurança.
A AbbVie fabrica a coformulação lopinavir/ritonavir, usada no tratamento do HIV. Atualmente, está colaborando com as autoridades de saúde para ver se pode ser usado como tratamento contra a Covid-19, com base em relatórios não confirmados da China de que seu uso foi útil no combate a ele. A empresa forneceu o medicamento para vários países, incluindo a China, como uma opção experimental.
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Status: Trabalhando com autoridades de saúde, como CDC, a OMS e os Institutos Nacionais de Saúde em relação aos testes.
A startup de biotecnologia desenvolveu uma vacina potencial de mRNA contra a Covid-19. A vacina foi desenvolvida em colaboração com cientistas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas e faz com que o sistema imunológico desenvolva anticorpos contra uma “proteína espinho” encontrada no vírus. Atualmente, está sendo testada em um estudo na área de Seattle.
Status: Teste humano
Johnson & Johnson
Status: Investigação e desenvolvimento
Nota: Além de analisar novas tentativas, a Johnson & Johnson enviou lotes de seu medicamento contra o HIV, darunavir/cobicistat, à China para testar sua eficácia contra o novo coronavírus. No entanto, divulgou recentemente uma declaração de que ainda não existem evidências suficientes para recomendar seu uso.
Eli Lilly
Status: Triagem de candidatos a anticorpos para a fase de testes
Nota: A empresa anunciou em 22 de março que oferecerá testes “drive-through” para infecção por coronavírus a profissionais de saúde em Indiana, onde fica a sede da companhia.
Pfizer
Status: Em desenvolvimento
GlaxoSmithKline
A GSK desenvolveu anteriormente um sistema que ajuda a melhorar as vacinas pandêmicas, fortalecendo a resposta imune nos pacientes que a recebem. Em fevereiro, a empresa anunciou uma parceria com a Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (CEPI) para usar essa plataforma para melhorar possíveis vacinas contra o novo coronavírus. Como parte dessa colaboração, assinou um acordo com a Universidade de Queensland, na Austrália, que está desenvolvendo uma potencial vacina também. A GSK também fez parceria com a empresa farmacêutica chinesa Clover.
Regeneron Pharmaceuticals
A empresa de biotecnologia de Nova York está expandindo sua colaboração com o Departamento de Saúde norte-americano que já resultou em um potencial tratamento para o ebola. Nessa colaboração, a companhia procura identificar possíveis terapias de anticorpos que possam ser úteis contra a Covid-19. Em 17 de março, anunciou que desenvolveu um “coquetel” de anticorpos que pode ter potencial terapêutico contra a doença, como medida preventiva ou como tratamento. O objetivo é iniciar os ensaios clínicos no início do verão (inverno no hemisfério sul).
Status: Em desenvolvimento
Inovio Pharmaceuticals
A Inovio Pharmaceuticals anunciou que acelerou seu cronograma para o candidato a vacina INO-4800. A empresa já havia desenvolvido uma vacina para Mers que está na fase de testes e, por conta de seu histórico, foi concedido um subsídio de US$ 5 milhões para ampliar o dispositivo inteligente que planeja usar para a entrega da vacina. Segundo comunicado, o CEO da empresa disse que poderia começar o teste em humanos em abril.
Status: Desenvolvimento
A Vir Biotechnology anunciou em 12 de março que vai colaborar com a BioGen para fabricar anticorpos com potencial para tratar Covid-19. A empresa identificou anticorpos de pessoas que se recuperaram da Sars e está estudando para verificar se eles podem estar ativos contra o novo coronavírus, já que os dois são muito semelhantes. A Vir também está trabalhando com agências federais para avançar sua pesquisa contra outros vírus.
Status: Estágio inicial
Nota: Em fevereiro, a Vir anunciou que também está trabalhando com a empresa farmacêutica chinesa WuXi Biologics nesta pesquisa.
A francesa Sanofi anunciou que está colaborando com a Barda para acelerar a vacina contra a Covid-19, aproveitando a tecnologia já em uso no desenvolvimento de uma vacina para Sars. A companhia diz que usará sua tecnologia de DNA recombinante com o objetivo de encontrar uma correspondência genética exata com as proteínas da superfície do vírus.
Status: Em desenvolvimento
Apeiron Biologics
Status: Teste em pequena escala em humanos
CureVac
A CureVac, com sedes na Alemanha e nos EUA, está focada no desenvolvimento de vacinas de mRNA e, com isso, se encontra no processo de desenvolvimento de um tratamento contra Covid-19. A empresa também está trabalhando para expandir sua capacidade de fabricação, para que esteja melhor equipada para lidar com surtos como a atual pandemia. Em 16 de março, anunciou que seu CEO está tirando uma licença temporária por motivos médicos.
Dyadic
A empresa de biotecnologia Dyadic, com sede na Flórida, anunciou em fevereiro que colaborará com o Instituto Israelense de Pesquisa Biológica, tanto no tratamento como na vacina contra a Covid-19. O IIBR usará a plataforma de expressão genética da Dyadic para produzir candidatos a vacina, bem como anticorpos monoclonais que podem ser eficazes como um tratamento para o novo coronavírus.
Status: Em desenvolvimento
A Emergent BioSolutions é outra empresa focada em tratamentos e vacinas para a Covid-19. Em 11 de março, anunciou o desenvolvimento de dois produtos “hiperimunes” contra a doença. Esses tipos de remédios visam alavancar a resposta imune para proteger o corpo e são derivados de anticorpos encontrados no sangue de pessoas que testaram positivo para Sars-CoV-2.
Status: Em desenvolvimento
Nota: A companhia também anunciou que está em parceria com duas empresas, a Novavax & Vaxart, para fornecer serviços de desenvolvimento e fabricação de possíveis vacinas contra a pandemia.
A empresa de medicina regenerativa Mesoblast disse no início de março que está avaliando o uso do medicamento Remestemcel-L como um possível tratamento para formas graves de Covid-19. O medicamento já foi testado como anti-inflamatório contra SDRA e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); e está atualmente no processo de aprovação o FDA como um tratamento para o Graft v Host (GVH). Atualmente, a empresa está trabalhando com agências nos EUA, Austrália e outras empresas para iniciar ensaios clínicos.
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Status: Preparando ensaios clínicos
MIGAL Research Institute
O MIGAL, de Israel, anunciou que sua vacina contra o IBV, vírus aviário de bronquite infecciosa, pode ser adaptável para uma vacina contra a Sars-CoV-2. A pesquisa indica que o IBV tem uma estrutura genética semelhante ao novo coronavírus. O instituto pretende ter uma vacina oral produzida no final de abril ou início de maio.
Status: Em desenvolvimento
A startup de biotecnologia está trabalhando para desenvolver uma vacina contra a pandemia, com o objetivo de iniciar os ensaios clínicos no final da primavera do hemisfério norte. A empresa recebeu US$ 4 milhões em financiamento do CEPI na semana passada para acelerar o desenvolvimento da vacina, que é voltada para a produção de antígenos à característica “proteína espinho” encontrada no vírus Sars-CoV-2. É uma parceria com a Emergent Biosolutions para ajudar a acelerar o desenvolvimento e a fabricação.
Status: Em desenvolvimento
Roche
Status: 400 mil testes estão sendo enviados para laboratórios; teste humano do Actemra começa em breve.
Takeda
A japonesa Takeda anunciou em março que está desenvolvendo uma terapia hiperimune para a Covid-19. O tratamento é semelhante aos produtos derivados de plasma que foram eficazes contra a SDRA. O tratamento, TAK-888, funciona tomando anticorpos contra Sars-CoV-2 do sangue coletado de pacientes.
Nota: A Takeda também declarou estar revisando suas bibliotecas de moléculas para produtos que possam ser eficazes contra a doença.
Fujifilm Toyama Chemical
Em fevereiro, a Fujifilm fez uma doação de equipamentos e suprimentos para a China, a fim de apoiar seus esforços contra a então epidemia. O tratamento para gripe favipiravir está passando por testes clínicos em cerca de 200 pacientes no país asiático. O governo chinês declarou que os pacientes que receberam o medicamento apresentaram um tempo de recuperação mais rápido do que aqueles que não receberam. A droga também está sendo testada no Japão, mas de acordo com um relatório do “The Guardian”, os testes japoneses mostram que pode não ser tão eficaz para pacientes com sintomas mais graves.
Nota: A empresa anunciou em 18 de março que estaria investindo US$ 83 milhões para expandir suas capacidades de fabricação biológica.
CanSino Biologics
A companhia farmacêutica de Tianjin, CanSino Biologics, anunciou em 17 de março que seu candidato a vacina, desenvolvido com o Instituto de Biotecnologia de Pequim, iniciaria um ensaio clínico de fase 1 na China. A tecnologia da empresa usa adenovírus como uma maneira de fornecer a vacina para o corpo, uma abordagem que ela também usou para tratamentos contra o ebola.
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