Às 11:26, o dólar avançava 1,06%, a R$ 4,6290 na venda, depois de tocar R$ 4,6305, máxima histórica intradiária. O dólar futuro de maior liquidez avançava 0,87%, a R$ 4,6320. No ano, a divisa dispara 15,4%.
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“Todo esse movimento é global. Há uma apreciação do dólar geral”, disse Italo Abucater, gerente de câmbio da Tullett Prebon, citando movimentos de aversão a risco em meio a incertezas sobre o futuro da doença. “Quando que uma vacina será descoberta? Quando aparecerá uma cura?”
O pânico que vem abalando os mercados já deixa o dólar no caminho de seu 12° pregão diário de ganhos, depois de ter renovado máximas recordes nos últimos dez fechamentos. Ontem (4), o dólar interbancário registrou salto de 1,55%, a R$ 4,5806.
O movimento acompanhava o exterior, com a moeda norte-americana ganhando contra peso mexicano, lira turca, rand sul-africano e dólar australiano, divisas mais arriscadas. O dólar perdia contra ativos seguros, como o iene japonês, o que deixava o índice da moeda norte-americana em queda de 0,38% contra seis pares.
A redução sucessiva da Selic a mínimas históricas tornou alguns rendimentos baseados na taxa de juros brasileira menos atraentes para o investidor estrangeiro, o que tem prejudicado o desempenho do real.
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Na véspera, contratos de DI passaram a embutir 100% de chance de corte da Selic neste mês e também uma taxa média de juros no quarto trimestre na casa de 3,7%, bem abaixo da Selic atual, de 4,25% ao ano.
O BC já havia realizado hoje leilão em que vendeu 20 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimentos semelhantes.
Segundo Abucater, um cenário doméstico desfavorável – com a possibilidade de a conjuntura brasileira se sair pior do que a de seus pares ao final da crise sanitária mundial – é um dos motivos para as atuações recentes do Banco Central nos mercados, mas citou ineficiência das operações.
“O próprio BC não tem tido atuações enérgicas mesmo tendo ferramentas para tal. Ele não quer queimar o cartucho, porque entende que esse é um movimento global.”
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Para Flávio Serrano, economista sênior do banco Haitong, “as atuações servem mais pra evitar movimentos de mais volatilidade no dia do que para mudar o nível do câmbio”.
“O que vai determinar se o real vai se valorizar ou não vai ser a diferença de crescimento entre Brasil e seus pares. Não são intervenções pontuais que vão alterar o nível do dólar, e sim uma mudança da dinâmica econômica.”
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