EXCLUSIVO: Empreendedores brasileiros criam versão local do #stopthespread para conter coronavírus

19 de março de 2020
Divulgação

Gabriel Benarrós, CEO da plataforma de entretenimento Ingresse

Os empreendedores Luciano Tavares, CEO da gestora digital de investimentos Magnetis, Gabriel Benarrós, CEO da plataforma de entretenimento Ingresse, e a Endeavor, organização liderada por Camila Junqueira para apoiar o empreendedorismo, usaram como inspiração o movimento #stopthespread, lançado na semana passada nos Estados Unidos, para criar algo semelhante no Brasil.

A campanha norte-americana, que já conta com o compromisso de 850 líderes empresariais, propõe que a iniciativa privada não espere pelas ações do governo e faça sua parte para conter a disseminação do novo coronavírus. Isso inclui uma série de medidas tomadas na empresa e na vida pessoal.

“Nós adaptamos as ações para a realidade brasileira e estamos convidando toda a liderança do país a aderir”, explica Benarrós, eleito Under 30 pela FORBES Brasil na edição de 2016, que batizou o movimento de #fiqueemcasa. “O objetivo é fazer uma grande força-tarefa para agir imediatamente e, assim, diminuir o alastramento da contaminação, contribuindo para que o sistema de saúde dê conta de quem realmente precisa”, diz o jovem empreendedor.

LEIA MAIS: 400 CEOs e investidores assinam carta aberta para combater disseminação do coronavírus

Para as empresas, foram definidas quatro diretrizes: adotar imediatamente o trabalho remoto para todos os funcionários, sempre que possível, incluindo os líderes; fazer tudo que for necessário para apoiar a força de trabalho na linha de frente, socorristas e profissionais de saúde; apoiar fornecedores e prestadores de serviço autônomos, que não podem trabalhar remotamente, pagando por seus serviços mesmo que eles sejam prestados depois; sugerir aos funcionários que parem de realizar ou de participar de eventos públicos sociais não obrigatórios de qualquer tamanho. “Ainda existem empresas que não adotaram o home office”, diz Benarrós. “Se isso continuar, a contaminação será exponencial”, diz.

Do ponto de vista pessoal, a campanha estabeleceu seis premissas. Três delas são bem parecidas às definidas para o campo profissional: o suporte ao pessoal da linha de frente e da área de saúde; apoio às pessoas que não podem trabalhar remotamente e profissionais autônomos; e evitar locais públicos. As outras três passam pela adoção de medidas de higiene e prevenção recomendadas pelo Ministério da Saúde; não estocar produtos, comprando apenas o necessário para não faltar insumos para outras pessoas; e tratar uns aos outros de forma gentil e com empatia nesse período de crise.

“Quanto mais cedo nos comprometermos, menor será a disseminação. E quanto menor a disseminação, mais rápido e eficiente será o combate. Não podemos chegar ao ponto de o sistema de saúde ter que escolher entre quem vive e quem morre. Além disso, quanto mais rápido isso acabar, mais rápido voltaremos a produzir”, diz Benarrós.

Até o momento, a campanha brasileira já conta com mais de 620 adesões, de nomes como Marcelo Marques, CEO da Mobly; Vinicius Roveda, CEO da Conta Azul; Diego Gomes, CEO da Rock Content; Eric Santos, CEO da Resultados Digitais; Marcelo Blay, da Minuto Seguros; Romero Rodrigues, sócio-diretor da Redpoint eventures e do Buscapé; Brian Requarth, chairman do Grupo ZAP; Florian Hagenbuch, CEO da Loft; e Ana Fontes, CEO da RME – Rede Mulher Empreendedora. “É verdade que a maioria é da nova economia, mas adoraria que empresas tradicionais, como Cielo e TAM, também participassem”, diz Benarrós. “A nossa capacidade de coordenação será a grande diferença na forma como vamos enfrentar essa crise.”

Siga FORBES Brasil nas redes sociais:

Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn

Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.

Tenha também a Forbes no Google Notícias.