Essa queda na busca pelo conhecimento veio graças aos smartphones que armazenam, tiram fotos, fazendo com que o nosso cérebro não precise encher sua biblioteca pessoal, pois essas informações estão todas disponíveis num teclar de dedos.
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Em termos de visual, lembra-se da frase: “A impressão é a primeira que fica”? Pois bem, essa regra segue crescendo no mundo do vinho com tudo. O visual viralizou. Quanto mais apelo visual, mais informações claras que facilitam as decisões, melhor.
Escolher um vinho não é tarefa fácil, pode ser prazerosa ou frustrante, afinal as possibilidades são tantas que realmente bagunçam os neurônios. As marcas mais antenadas dobraram os investimentos em rótulo e design de garrafa, uma linha tênue para ter sua personalidade e destaque na categoria. Eu já comprei algumas vezes vinhos por causa do rótulo e meu raciocínio é o seguinte: se o produtor teve bom gosto para o rótulo, existe uma boa possibilidade de o vinho ser bom, certo? Nem sempre, mas, há de se creditar a criatividade mundo afora.
Dom Pérignon fez um rótulo em colaboração com o cantor Lenny Kravitz, Taittanger com o fotógrafo Sebastião Salgado, Veuve Clicquot com a artista Yayoi Kusama. São alguns exemplos de investimento em edições especiais linkadas ao visual. Na Cellar Wines, a série de Jules Desjourneys é inovadora, se comparada aos tradicionais rótulos da Borgonha. Beaujolais Villages, Poully-Fuissé e Mâcon-Verzé são alguns dos disponíveis na importadora. Na Delacroix, o irresistível, e com delicioso custo-benefício, Je t’Aime Mais J’Ai Soif (“eu te amo, mas tenho sede”) é uma grande pedida por R$ 127. E sempre dá pra usar essa brincadeira se alguém atrasa, olha eu te amo, mas eu estava com muita sede!
Falando em qualidade, esta aumentou frente à diminuição da quantidade. Bebe-se menos, mas, melhor. A economia vai melhorar, mas os consumidores serão mais conservadores buscando custo-benefício, e eles já sabem que é possível se beneficiar da alegria de um bom vinho por valores não tão exorbitantes.
O mercado de premium, superpremium e ultrapremium está projetado para crescer em 2023, alavancado por China e Estados Unidos. A quantidade está diminuindo no setor, pois os consumidores estão mais abertos a explorar outras categorias, como drinques, drinques sem álcool e cervejas. No Reino Unido, tem crescido consumo de gim; nos EUA, optam por cerveja; mas China e México tiveram belo salto na mudança cultural em direção ao mundo do vinho. Uma mudança interessante é o interesse por varietais diferentes do habitual (as mais tomadas são chardonnay e cabernet sauvignon), aumentando o repertório pessoal com experiências gustativas.
Com a crise pandêmica, antecipa-se que o foco será para a produção local, isso ajuda a percebermos mais o que está a nossa volta, do lado, em vez de querer sempre o que já está lá. Isso não significa que não tomarei mais champanhe, mas, significa que outros hábitos já foram substituídos com o sazonal, o suporte aos produtos de onde estou. Inclusive, explorar as varietais à minha volta.
E não é só a preocupação com o corpo, mas também com o meio ambiente. Escolhas baseadas nos impactos ambientais estão sendo consideradas. Os dados dessas tendências foram baseados numa pesquisa feita na Austrália, Canadá, China, Japão, Reino Unido e EUA.
Tendências, às vezes, são chamadas de modismo, mas são simplesmente um espelho do comportamento atual. Não precisam ser seguidas, podem ser experimentadas. A melhor tendência que se pode seguir, e é infalível, é a do coração.
Tchin tchin!
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