Ela faz ainda mais sentido em um cenário que, por si, já conta com diversas fontes de escassez. A pandemia trouxe à tona medos que, até então, nossa mente deixava muito bem guardados. Medo da morte, de perder quem se ama – sem falar na falta de contato físico, saudades, ansiedade e tantos outros sentimentos difíceis de lidar.
É neste caldo que surge aquela coceirinha: que vontade de comprar algo. O quê? Não sei, mas que vontade.
Os gatilhos que levam a compras impensadas em cenários caóticos – como a pandemia – se movem nas sombras. Vamos jogar luz neles?
#1: Tédio
É notável a falta que faz aquela saída com os amigos ou o almoço em família. Com as saídas de casa restritas ao supermercado ou trabalho, as alternativas para distrair a mente estão restritas ao indoor.
Antes de cair nessa armadilha, feche a aba da compra e respire fundo.
Encontrar hobbies para fugir do tédio é uma ótima saída para evitar o conflito. Por exemplo, eu aprendi a bordar neste período em casa. O que você quer aprender, mas vive procrastinando? Essa é a hora!
#2: Tristeza
Essa descoberta foi feita pelos departamentos de psicologia das Universidades de Harvard e Columbia, nos Estados Unidos.
Além disso, a miopia da tristeza faz com que o gasto em si receba mais atenção do que o benefício que ele poderia trazer. Você sente mais prazer em gastar do que usufruir do que você comprou.
#3: Baixa autoestima
A indústria promete soluções rápidas – um batom, uma máscara facial ou mesmo uma roupa nova (para usar em casa).
Eu pergunto: essas compras vão mesmo resolver sua baixa autoestima?
Urge entendermos que não podemos medir nossa produtividade ou vaidade com a mesma régua de antes. Nada será como antes no “novo normal” – e tudo bem.
Um estudo publicado no Journal of Consumer mostrou que fazer compras pode diminuir este sentimento durante algum tempo.
É tentador recorrer ao cartão de crédito para aliviar a solidão – ainda mais quando não se pode estar fisicamente com amigos e família.
No entanto, mais uma vez, respire fundo, feche a aba do e-commerce e abra o WhatsApp. A tecnologia está aí para ser usada: faça chamadas de vídeo, envie mensagens de áudio, ligue para quem você ama.
Não tem problema admitir que você achou a grama do vizinho mais verde que a sua – ainda mais em tempos de Instagram.
Em vez de ostentarem com roupas e maquiagens, a pandemia fez com que gastar em upgrades na própria casa fosse o novo must. Só mudou o item de desejo – a vontade de ter permaneceu a mesma.
Antes de ir no impulso de querer ter uma casa tão linda quanto a de fulano no Instagram, pare e se pergunte: o que realmente tem valor para você? Quais são as suas prioridades? É melhor usar seu dinheiro para as prioridades ou para aquilo que fará os outros felizes e satisfeitos?
Carol Sandler é jornalista, educadora financeira e fundadora do Finanças Femininas, a maior plataforma online do Brasil de educação financeira para mulheres. É apresentadora do podcast “Meu Dinheiro, Minhas Regras” e colunista da Rádio Bandeirantes. Autora dos livros “Dinheiro Nasce em Árvore?” e “Detox das Compras”, além de coautora do “Finanças Femininas – Como organizar suas contas, aprender a investir e realizar seus sonhos”. Instagram: @financasfemininas
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