Muito tem se falado sobre o assunto, especialmente no que se refere aos aspectos intangíveis do pacote de recompensas a eles oferecido, à importância do EVP (Employee Value Proposition), à criação de todo um contexto de oferta de valor que torne a marca empregadora mais atrativa e o ambiente de trabalho mais motivador e capaz de engajar o time.
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É verdade que a lei da oferta e da procura dita a regra no mercado de trabalho. É natural que aumente o custo da mão de obra quando se tem pouca gente treinada e muita procura pelo serviço que oferecem, e é também preferível ceder a esse aumento desenfreado do salário ao custo da perda e da reposição dos profissionais. Mas até quando vamos achar que esta é a única solução?
Infelizmente não tenho um coelho para tirar da cartola e um remédio de efeito rápido para oferecer. Podemos assumir que esse é o tipo de trabalho que passará a ser essencialmente terceirizado ou que este seja um problema que só possa ser resolvido com um investimento contínuo na contratação de pessoas para serem formadas e desenvolvidas internamente na base da carreira.
Não estou falando sobre contratar para repor vagas, mas sim do planejamento das vagas do futuro, antecipando e iniciando este processo desde já e continuamente para não permanecer refém da escassez de recursos atual. Até lá, o leilão que presenciamos vai mesmo ditar as regras. Quando não temos tempo de desenvolver internamente, precisamos “comprar” profissionais do mercado. E me digam vocês, o que acontece com o valor dos salários neste ambiente em que ficamos pescando no aquário?
Isso sem falar no fato de estarmos também competindo com empresas de fora do Brasil, que pagam em dólar ou euro para as pessoas continuarem trabalhando do conforto de seus lares, em home office (e com o nosso câmbio, está bem difícil competir com essa nova realidade).
Já vivemos essas bolhas antes. Lembram-se de quando tivemos algo parecido com a escassez de engenheiros? Pois é, a bolha eventualmente estoura. Acho até que vai demorar bem mais desta vez, porque nesse novo momento, a velocidade de crescimento na demanda das empresas é muito maior do que a capacidade de formação de pessoas. Por esta razão, acredito que a solução esteja no investimento das empresas em jovens.
Se ao menos parte dessas pessoas treinadas permanecer na empresa, aos poucos a demanda por profissionais qualificados será suprida e começaremos a depender menos dos leilões salariais. Leilões que hoje, infelizmente, não garantem necessariamente a associação de atributos como experiência, maturidade ou qualidade técnica à contratação de um profissional “sênior”.
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