Simplesmente voltar ao que éramos antes será muito difícil, assumindo que seja possível.
Será preciso um reaprendizado. Algumas pessoas comentam, em tom de brincadeira, que já não sabem mais como viver em sociedade – que desaprenderam como se comportar em público. Por mais que seja mesmo brincadeira, isso não está tão longe assim da realidade. Aristóteles disse que o homem é um animal que vive em sociedade – mas talvez isso seja algo que tenha de ser adquirido, não um traço de algum modo inato.
Seja qual for a fórmula a se seguir, nela não poderá faltar ao menos:
– Cuidado com a saúde física: o bem-estar físico não está desconectado da saúde mental. Ao praticar exercícios e estimular a liberação de dopamina e serotonina, estamos nutrindo nosso corpo com substâncias que elevam o prazer, a autoestima e ajudam a equilibrar as emoções. Aqui vale encontrar a atividade que mais combina com seu estilo, como uma caminhada pela manhã, yoga, práticas meditativas, natação e até uma dança de salão. Enquanto você cuida da sua saúde mental, o corpo também agradece. Com 150 minutos de exercício por semana é possível diminuir o risco de doenças como o diabetes.
– Diálogo e empatia: as pessoas que estão retomando suas rotinas agora podem voltar com muitas sequelas desse período de isolamento. Mais do que nunca será preciso olhar para o capital humano e acolher aqueles que podem ter sofrido perda de familiares ou de amigos, ou estar com sequelas da doença, com problemas para dormir, ou que de outra forma estejam abaladas. Tudo isso lembrando que a pandemia não acabou e que ainda é preciso continuar com as medidas de proteção individuais e coletivas.
Claudio Lottenberg é mestre e doutor em oftalmologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp). É presidente do conselho do Hospital Albert Einstein e do Instituto Coalizão Saúde.
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