A importância destes investimentos ficou bastante clara nestes tempos de pandemia. A busca por vacinas e medicamentos para frear a disseminação de um vírus desconhecido mostrou a relevância da produção científica realizada com ética, respeitando uma metodologia, com padrões de avaliação e regulamentação sólidos, que garantem a segurança do paciente.
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No entanto, os centros de pesquisa ainda se concentram principalmente no eixo Rio-São Paulo, dificultando o acesso de pacientes de outras regiões. Esta concentração também prejudica a formação de nossos cientistas e reforça o gap regional existente em várias áreas.
Esse gargalo histórico em nosso país foi o impulso para médicos e cientistas se unirem ao Instituto Vencer o Câncer na organização do projeto Amor à Pesquisa Contra o Câncer no Brasil, iniciativa que vai promover o desenvolvimento de novos centros de pesquisa em regiões onde eles ainda não estão estabelecidos.
Com este apoio, pesquisadores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste terão a oportunidade de executar protocolos de âmbito internacional, recrutando pacientes das mais distintas áreas do país para estes estudos.
Pretendemos que o Projeto Amor à Pesquisa Contra o Câncer no Brasil seja um incentivo e sirva de inspiração para que mais investigadores, pesquisadores e cientistas de todo o Brasil desenvolvam novas propostas para estimular melhores condições de saúde em nosso país.
Com esta ideia pioneira, podemos educar nossa sociedade sobre pesquisas científicas, a segurança e os critérios éticos e técnicos envolvidos e estimular a busca por novas opções terapêuticas para o controle e cura de diversos tipos de câncer.
Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.