Resumo:
- Fundador da Wizard Idiomas, Carlos Wizard está trabalhando no acolhimento de venezuelanos em Roraima, na fronteira entre os dois países;
- A ação humanitária surgiu de uma cooperação com comunidades religiosas;
- Dono de uma fortuna de R$ 2,4 bilhões, Wizard fornece apoio e moradia para refugiados, ajudando-os a construir uma nova vida em um país desconhecido.
O empresário Carlos Wizard Martins, fundador da rede de escolas Wizard Idiomas e atual presidente do Grupo Sforza, está trabalhando no acolhimento de venezuelanos na fronteira com o Brasil, em Roraima. Ao lado de sua esposa, Vânia, o bilionário brasileiro coopera com comunidades da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, da qual o casal faz parte.
O programa humanitário fornece apoio e moradia para os imigrantes graças a campanhas de arrecadação e parcerias com outras instituições. A proposta é ajudá-los com a documentação e a busca por emprego, entre outros aspectos, na construção de uma nova vida em um país desconhecido. “Nosso projeto é auto-sustentável, não é de tutelagem”, afirma o executivo, em entrevista a Forbes. Segundo ele, 90% dos refugiados já se encontram, depois de 60 dias, inseridos no mercado de trabalho.
Dono de uma fortuna de R$ 2,4 bilhões, de acordo com a edição 2018 da lista dos bilionários brasileiros da Forbes, Wizard desempenha três papéis no programa. Além de colaborar com o acolhimento em Boa Vista, capital de Roraima, ele ajuda a localizar unidades nacionais e internacionais dispostas a colaborar com a causa e realiza acordos com companhias aéreas para a concessão de assentos nos voos, a fim de que o imigrante seja realocado no território.
“Nós recebemos diariamente dezenas de pessoas na fronteira”, conta, sobre o cotidiano da empreitada. Um dos casos mais marcantes para ele foi o de um homem com deficiência visual que chegou ao país com a filha no colo. “Tivemos um problema muito sério para encontrar acolhimento aos dois”, lembra. Com o apoio das instituições, foi possível encontrar uma organização que fornecesse suporte ao venezuelano, que já está desempenhando atividade remunerada.
Junto da esposa, o empresário já experimentou ações humanitárias em mais de 45 países, mas nunca tinha ido à Venezuela. “O Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes. Será que nós não podemos cuidar de 10 mil ou 20 mil refugiados?”, pergunta. “Claro que podemos, é só cada um fazer a sua parte. Por natureza, já somos um país de imigrantes.”
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No que diz respeito à filantropia, o plano de Wizard é continuar apoiando o projeto até agosto de 2020. Sua rotina ficará dividida entre Roraima, São Paulo, onde sua empresa está localizada, e Brasília, onde encontra líderes políticos e religiosos para tratar da causa. Ele conta que amanhã (15) participará de um encontro com a atual ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, “que tem uma grande dedicação pela causa”.