4 dicas de Flávio Augusto para manter o desempenho no home office
Juliana Andrade
20 de março de 2020
Reprodução
Flávio Augusto aderiu ao home office em 2005, quando decidiu se mudar para a Austrália, mas continuar a trabalhar em seu negócio sediado no Brasil
Ficar em casa se tornou uma necessidade diante da rápida disseminação e alta taxa de transmissão do novo coronavírus pelo mundo. Em outros tempos, esse recorte poderia até significar recesso forçado e fim das atividades, mas em uma época de indústria 4.0 e conectividade em todo e qualquer lugar, ficar em casa agora é sinônimo de home office.
É difícil mudar a cultura do “sair para trabalhar”, já que muitas companhias ainda vêem o trabalho remoto com certa desconfiança, mas sem perceber ele já acontece –até nas empresas mais tradicionais. Quantas vezes você não levou trabalho para casa ou resolveu um assunto pendente no trânsito e fez uma call durante uma viagem? Tudo isso envolve trabalhar sem estar de fato no espaço físico do escritório.
Em pesquisa realizada pela Statista no Reino Unido sobre o impacto do home office na vida profissional, 73% dos entrevistados acreditam que são mais eficientes trabalhando de casa e 68% dizem trabalhar mais horas neste formato.
Nesta quarta-feira (18), Flávio Augusto, proprietário da Wise Up e do clube de futebol Orlando City, publicou em sua conta no Twitter que não só é adepto ao home office, como também acredita que este período vai proporcionar novas relações de trabalho.
Flávio aderiu ao home office em 2005, quando decidiu se mudar para a Austrália, mas continuar a trabalhar em seu negócio sediado no Brasil. “A essa altura, a Wise Up batia 100 escolas, em dez anos de operação. Eu sentia que o negócio tinha uma dependência muito grande minha presença. Me pegava pensando o que minha avó sempre dizia para os filho e netos: “Como vai ser o dia que eu morrer?!”. Eu queria buscar uma forma de mudar isso, coordenar, dirigir, mas fazer com que as coisas acontecessem sem mim. Como fazer essa transição sem colocar em risco a performance? Fui dando autonomia às pessoas. Aí eu decidi passar um ano fora do Brasil, na Austrália”, conta.
Quatros anos depois, com muitos ajustes, ensaios e erros, Flávio decidiu se mudar para os Estados Unidos com a família. O trabalho remoto continua, mesmo quando é possível estar no ambiente profissional. “Para você ter uma ideia, não tenho um sala ou escritório para mim no meu clube de futebol (Orlando City). Faço tudo de casa mesmo. Acho estranho ter que sair para trabalhar”, comenta o empresário que diz não fazer investimentos mirabolantes em ferramentas pagas e aplicativos. “Hoje tudo está ao alcance. Uso apenas três ferramentas: Zoom, WhatsApp e Skype. Não preciso de nada além disso –claro que estamos falando de um trabalho que não requer produção de peças de design e planilhas complexas. Meu trabalho se divide em 20% Skype, 20% Zoom e 60% WhatsApp. Uso o celular para 70% das minhas atividades e consegui reduzir o uso do e-mail em 90%”.
O momento é oportuno para repensar o que é um ambiente de trabalho. A adaptação às circunstâncias pode ser benéfica a longo prazo –além de representar uma economia de espaço e recursos para a empresa, pode facilitar e melhorar a vida profissional e pessoal do funcionário, sem perder em produtividade. “Acho que, passando esse período, muitas pessoas vão repensar a forma de trabalhar. Para quem acha que não é produtivo, quanto tempo a gente gasta no trânsito por dia? Fora risco de assalto, dinheiro que gasto com locomoção e estacionamento. Quem gastava três horas no trânsito, passa a ganhar três horas para viver. Se a pessoa tiver a confiança da empresa é como conquistar um aumento de 50% em qualidade de vida”.
Veja, na galeria de imagens a seguir, dicas de Flávio Augusto para trabalhar remotamente com eficiência: