Quando eu ganho, tenho a oportunidade de trabalhar melhor no dia seguinte. Quando perco, estou aprendendo para fazer de novo.
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São datas fora de casa, como aniversários (fiquei oito anos sem passar meu aniversário com minha família, por exemplo). Passei por momentos difíceis ao longo da minha carreira. Foram lesões, cirurgias, uma suspensão que me afastou 13 meses da quadra, entre outros momentos de derrotas, distância da família, etc.
Mas sempre me inspirei nesses momentos. A palavra que levo comigo é resiliência.
Resiliência para começar de novo. Para tirar forças de dentro de mim. Para saber que teria que ter paciência, mas que isso me tornaria mais forte.
Houve dias difíceis, mas tudo isso me inspirava. Me fazia olhar para a vida com outra perspectiva. Valorizar o privilégio que tenho de poder tentar mais uma vez. De levantar e buscar a minha melhor versão diariamente.
Na vida, muita gente não tem a opção de escolher ou a oportunidade de tentar. Esses momentos eram apenas mais degraus que me deixavam mais próxima dos meus objetivos.
Ano especial
Este ano de 2021 foi especial na minha carreira, o mais consistente e consciente. Comecei na 360ª posição do ranking mundial e cheguei à 80ª, conquistei cinco títulos, realizei cem jogos em um ano e terminei com 76 vitórias no circuito. Tive a minha maior vitória na carreira, contra Karolina Pliskova. Tudo isso representa muito para mim. Pois são muitos anos de entrega e um trabalho duro meu e de toda a minha equipe. Essas pequenas conquistas mostram que estamos no caminho certo, e nos dão confiança para seguirmos firmes.
Nosso objetivo desde o começo do ano era estar saudável, consciente e com o tênis pronto. E tudo isso – ter um técnico viajando comigo o ano todo – só foi possível com o projeto do RTB nos apoiando. Isso é muito raro de se encontrar hoje, e o Rafa tem sido uma peça fundamental nesse processo.
O RTB é um projeto fundamental para o tênis nacional. O Brasil é um país grande, e sabemos da dificuldade de unir e de ter um intercâmbio tanto de atletas como de treinadores.
Acredito que todos dentro do projeto têm um sonho em comum, de fazer a diferença através do tênis. Sempre acreditei que fosse essencial estar em um centro onde todos os jogadores e treinadores poderiam conviver e trocar experiências. Onde o ambiente competitivo estaria presente, onde crianças em formação teriam um contato mais próximo com os profissionais.
A gente sabe das dificuldades de conseguir fazer um projeto grande como esse. Do custo, da dimensão e de quanto trabalho é necessário para isso acontecer. Mas vejo um projeto consolidado, que segue tentando melhorar ao longo de todos esses anos e, agora, mais do que nunca, está em sua melhor versão e força.
Vejo algo grande sendo construído e fico feliz por fazer parte do time. Vou seguir firme agora para a pré-temporada e buscando os meus objetivos para este ano, que são em curto prazo: permanecer na elite do tênis e estar presente consistentemente nos grandes torneios. E em médio e longo prazo aprender a superar o jogo interior e, consequentemente, ser uma campeã de WTAs.
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Beatriz Haddad Maia é atleta do Time RTB. Já chegou a ser a 58ª colocada no ranking mundial e, desde que retornou ao circuito após 13 meses de afastamento, em um ano já pulou praticamente da posição zero para a de número 80 no ranking da WTA.
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