Vendas no varejo do Brasil têm em abril maior queda em 20 anos por medidas contra coronavírus

16 de junho de 2020
Coldsnowstorm/Getty Images

A queda mais acentuada no consumo de varejo no Brasil foi em Tecidos, vestuário e calçados (-60,6%)

O varejo brasileiro iniciou o segundo trimestre com as maiores perdas em 20 anos, uma vez que as vendas despencaram em abril como consequência das medidas de isolamento adotadas no país para conter a pandemia de coronavírus.

As vendas tiveram queda de 16,8% em abril na comparação com o mês anterior diante do fechamento do comércio, informou hoje (16) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Esse foi o recuo mais acentuado desde o início da série histórica em 2000, e representou uma queda bem mais forte do que a expectativa em pesquisa da Reuters, de contração das vendas em 12,0%.

Essa foi também a segunda queda consecutiva, acumulando perdas de 18,6% no período.

“É o segundo mês do impacto da pandemia. Essa influência começa em março, com fechamento de lojas nas grandes cidades, e o quadro se sustenta e aumenta em abril”, disse o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Em relação ao mesmo mês do ano anterior, as vendas também tiveram perdas de 16,8%, contra expectativa de recuo de 13,6%.

O consumo vem sendo contido no país tanto pelo fechamento de lojas físicas e outros estabelecimentos como também pelas incertezas em torno dos impactos da pandemia sobre a economia e o mercado de trabalho.

Abril foi a primeira vez em que a pesquisa trouxe os resultados de um mês inteiro com o país sob isolamento social. Isso fez com que todas as atividades analisadas sofressem perdas, o que aconteceu segundo o IBGE apenas pela terceira vez desde o início do levantamento.

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A queda mais acentuada foi em Tecidos, vestuário e calçados (-60,6%), seguido de Livros, jornais, revistas e papelaria (-43,4%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-29,5%).

Setores considerados essenciais na pandemia também tiveram recuo em abril, depois de subirem no mês anterior — as vendas de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo caíram 11,8%, enquanto as de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos tombaram 17%.

“Tivemos também uma redução da massa salarial que, entre o trimestre encerrado em março para o encerrado em abril, caiu 3,3%, algo em torno de R$ 7 bilhões. Isso também refletiu nessas atividades consideradas essenciais”, explicou Santos.

No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, as vendas despencaram 17,5% em abril, sendo que a atividade de veículos, motos, partes e peças apresentou perdas de 36,2% e a de material de construção recuou 1,9%.

“A queda foi generalizada e em quase todas ela foi recorde, com exceção de veículos, móveis e material de construção, que tiveram quedas maiores no mês anterior. São 7 recordes negativos em abril”, completou Santos.

O IBGE informou ainda que, do total de empresas consultadas, 28,1% relataram impacto em suas receitas em abril das medidas de isolamento social, contra 14,5% no mês de março. (Com Reuters)

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