O dólar saiu das máximas após duas ofertas líquidas de swaps cambiais pelo Banco Central, mas ainda terminou o dia mais valorizado. A cotação à vista fechou em alta de 0,70%, a R$ 5,45265 na venda. Na B3, o dólar futuro tinha alta de 1,11%, para R$ 5,4450, às 17h14.
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Segundo o próprio ministro disse na terça-feira, os pedidos de demissão de Salim Mattar (Desestatização) e Paulo Uebel (Desburocratização) foram feitos pela insatisfação dos dois com o andamento das privatizações e da reforma administrativa.
“No geral, depois de considerar os obstáculos para avançar com qualquer reforma estrutural desde que o Covid-19 se tornou a principal prioridade no Congresso, essas renúncias não são grandes surpresas”, avaliou o Citi em nota. “A principal sinalização a ser monitorada a partir de agora é se Paulo Guedes vai substituir ambos os secretários por perfis semelhantes, indicando (ou não) se a interrupção da agenda de privatizações/reforma administrativa é apenas temporária”, completou o banco.
No meio da tarde, notícia no site do jornal “O Globo” de que mais dois secretários especiais da equipe de Guedes poderiam pedir demissão –Waldery Rodrigues (Fazenda) e Carlos da Costa (Produtividade)– colaborou para manter o mercado pressionado. O Ministério da Economia, porém, divulgou breve nota esclarecendo que não procede informação.
O evidente descolamento do real neste pregão chamou o Banco Central ao mercado. A autoridade monetária fez dois leilões de contratos de swap cambial –um no fim da manhã e outro no meio da tarde, com venda integral do lote somado de 20 mil contratos (US$ 1 bilhão).
A última oferta líquida de swaps cambiais tradicionais –cuja colocação equivale à venda de dólares no mercado futuro– havia ocorrido em 19 de maio, de US$ 500 milhões. Desde então, o BC vinha se limitando a fazer operações de rolagem desses ativos.
O BC havia feito dois leilões de swap cambial pela última vez em 13 de maio, quando o dólar fechou no pico histórico nominal de R$ 5,9012, depois de durante os negócios alcançar R$ 5,9445.
Um outro gestor que pediu para não ser identificado disse que parou de tentar entender “o racional” do BC e que, se o real está piorando por questões idiossincráticas, a autoridade monetária deveria deixar a moeda depreciar. “Ele não tem consistência, na minha opinião, para atuar. Então não vou perder tempo tentando racionalizar o que é irracional”, disse.
A pressão negativa sobre o câmbio vem conforme a volatilidade torna a aumentar. A volatilidade implícita nas opções de dólar/real para três meses ia a 19,51% nesta quarta, bem acima de mínimas recentes em torno de 16,8%. O real é a segunda moeda mais volátil entre seus principais pares emergentes, com a lista encabeçada pela lira turca.
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Também no mês passado, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, chegou a dizer que a volatilidade cambial incomodava e estava sendo estudada pela autoridade monetária, mas que havia entendimento de que os instrumentos dos quais o BC dispõe não eram adequados para atuar nesse sentido.
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