O dólar fechou em queda ante o real hoje (16) e renovou mínima desde o fim de julho, com as operações domésticas replicando dia positivo para moedas emergentes em geral, enquanto investidores analisaram decisão de política monetária nos Estados Unidos e ainda aguardam parecer sobre os juros no Brasil mais tarde.
O dólar à vista caiu 0,91%, a R$ 5,2406 na venda. É o menor nível desde 31 de julho (R$ 5,2185). A moeda operou em queda durante todo o dia, oscilando entre R$ 5,276 (-0,24%) e R$ 5,211 (-1,47%).
A mínima intradiária foi atingida após o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) anunciar manutenção dos juros entre zero e 0,25% e dizer que vai tolerar inflação moderadamente acima da meta de 2% para permitir maior crescimento do mercado de trabalho.
Mas o dólar deixou os patamares mais baixos conforme o chair do Fed, Jerome Powell, falava em coletiva de imprensa –no que foi considerado uma de suas piores comunicações. Powell voltou a destacar a necessidade de mais estímulo fiscal para que se tenha plena recuperação da economia, num momento em que o Congresso dos EUA segue com negociações paradas sobre novo pacote de auxílio.
“Quanto mais dovish (inclinado a estímulo monetário) for o Fed, menos provável que o Congresso se comprometa (com novo estímulo)”, comentou o conselheiro econômico principal da Allianz, Mohamed A. El-Erian.
Segundo alguns analistas, a desvalorização do dólar nesta sessão também pode ter tido a ver com desmonte de posições compradas na moeda dos EUA que funcionavam como proteção a aplicações em bolsa.
A queda simultânea no dólar e no Ibovespa estaria relacionada justamente à expectativa de sinalização de fim do processo de afrouxamento monetário. Juro baixo beneficia o mercado acionário e torna o hedge via dólar mais barato, estimulando o “trade” compra de bolsa/compra de dólar.
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As baixas dos juros a sucessivas mínimas recordes são apontadas como um dos principais fatores para explicar a depreciação do real em 2020 –de 23,43% ante o dólar, a mais intensa entre as principais divisas–, num contexto de incertezas sobre crescimento econômico sustentável e retomada crível da agenda de reformas. (Com Reuters)
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