A decisão da Bolsa de Valores de Xangai de adiar o IPO foi tomada por mudanças significativas no ambiente regulatório depois que o cofundador e outros executivos seniores foram convocados para uma reunião conjunta com quatro importantes agentes reguladores financeiros. O Alibaba disse, em um documento, que o Ant Group “pode não atender às qualificações de listagem ou requisitos de divulgação” à luz das mudanças recentes no ambiente regulatório da fintech. Em uma carta pública aos investidores, a companhia disse que também decidiu suspender sua listagem em Hong Kong.
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Por meio de uma carta aberta, o Ant Group se desculpou pela suspensão da listagem, mas não definiu um prazo de quando a oferta poderia ser retomada. Uma possível razão para interromper o IPO é dar à empresa mais tempo para divulgar como seus negócios em expansão seriam afetados pelo ambiente regulatório em transformação, escreveu o analista Kevin Kwek, da Sanford C. Bernstein. “Não achamos que o modelo do Ant seja fundamentalmente furado, mas agora existem desafios claros a serem enfrentados”, escreveu ele.
Os reguladores parecem estar preocupados com a rápida expansão do negócio de empréstimos ao consumidor do Ant, o que pode ser contrário ao seu objetivo de controlar os índices de alavancagem e proteção contra riscos financeiros. No mesmo dia em que Ma foi convocado para uma reunião com os reguladores, o governo divulgou um conjunto de regras preliminares voltadas para os microcredores online, que estipula limites para os valores permitidos de empréstimo individual e exige que operadores de plataformas como a do Ant financie, pelo menos 30%, dos empréstimos facilitados por eles em nome dos bancos.
O percentual proposto é significativamente superior aos 2% dos empréstimos que o Ant atualmente tem em seu balanço. A empresa facilitou US$ 254 bilhões em crédito até junho deste ano, mas 98% foi subscrito por bancos parceiros, segundo seu prospecto. O grupo busca se posicionar como um provedor de serviços de tecnologia, gerando receitas à medida que os bancos pagam para usar seus produtos, como software de controle de risco, ao conceder crédito.
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