Ao abrir seu discurso com uma fala de improviso, Bolsonaro citou rapidamente que o Brasil estava “em sintonia” com o restante dos países na busca de uma vacina para a Covid-19 “segura e eficaz”, depois de Xi Jinping ter enfatizado o fato de a China ser um dos países que está à frente na pesquisa pelo medicamento e que estaria disposto a distribuí-lo para os demais países do bloco.
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Multilateralismo, defesa das instituições internacionais como a Organização das Nações Unidas e Organização Mundial da Saúde e controle do aquecimento global foram alguns dos temas citados pelo presidente chinês que caminham em oposição às posições hoje defendidas pelo Brasil.
“Devemos superar as divisões com a unidade e colocar o máximo esforço para combater o vírus”, disse Xi Jinping, acrescentando que a epidemia não pode ser usada para que barreiras sejam criadas.
“A prática de usar a pandemia para perseguir o fim da globalização prejudica o mundo”, afirmou.
Do seu lado, Bolsonaro foi em direção oposta. Ao mesmo tempo em que afirmava que o Brasil estava aberto a investidores e ao comércio internacional, defendeu mais uma vez que é preciso defender a democracia e as “prerrogativas soberanas dos países.”
“É preciso ressaltar que a crise mostrou a centralidade das nações para a solução dos problemas que hoje acometem o mundo. Temos que reconhecer a realidade que não foram os organismos internacionais que superaram o desafio, mas sim a coordenação entre os nossos países”, afirmou Bolsonaro.
O presidente ainda defendeu a reforma das Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Mundial do Comércio (OMC), dois pontos em que segue a política do presidente norte-americano, Donald Trump. Em julho o republicano enviou uma carta à OMS dizendo que o país estava se retirando da OMS, em um movimento que Bolsonaro ameaçou copiar, mas não levou adiante.
Enquanto Xi Jinping defendia a organização, Bolsonaro afirmou: “Desde o início critiquei também a politização do vírus e o pretenso monopólio do conhecimento por parte da OMS, que necessita urgentemente sim de reformas.”
O presidente brasileiro ainda pediu, mais uma vez, uma reforma na OMC.
“A reforma da OMC é fundamental para retomada do crescimento econômico global. É necessário prestigiar propostas de redução dos subsídios para bens agrícolas com a mesma ênfase que alguns países buscam promover o comércio de bens industriais”, afirmou.
Em relação ao Meio Ambiente, as diferenças entre China e Brasil também apareceram. Enquanto o presidente chinês prometeu transformar seu país em uma economia neutra em emissão de carbono até 2060 e defendeu a implementação do Acordo de Paris, do qual Bolsonaro também já considerou sair, o presidente brasileiro usou seu discurso para dizer que iria revelar países que comprariam madeira extraída ilegalmente do Brasil. (Com Reuters)
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