Atualmente, a companhia já monitora via satélite e com o cruzamento de dados públicos todas as compras feitas diretamente junto aos produtores, mas não aqueles grãos originados através de parceiros em países como Brasil, Paraguai e Argentina.
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No início do mês, uma das rivais da ADM, a Bunge, anunciou o lançamento de um programa para monitorar a soja adquirida de fontes indiretas no Cerrado brasileiro, em momento em que o mundo cada vez mais se preocupa com o desflorestamento associado à agricultura ou pecuária.
A ADM, assim como a Bunge e outras grandes tradings do setor, já tem por política não comprar soja com origem em desmatamento ilegal. No entanto, a concorrente estabeleceu uma meta mais ambiciosa sobre a data limite para comprar grãos do Cerrado que tenham sido cultivados em áreas desflorestadas legalmente: 31 de dezembro de 2024.
Ambas as companhias, assim como outras, já são signatárias de um acordo privado chamado Moratória da Soja, que proíbe a compra de grãos cultivados em áreas do bioma amazônico desmatadas após 2008, mesmo que o desflorestamento de parte da propriedade tenha ocorrido de forma legal.
“Esta nova política reafirma o compromisso da ADM com a compra responsável e nos ajudará a reduzir ainda mais o impacto de nossas operações e cadeia de suprimentos, e continuará a manter nossos fornecedores em padrões elevados”, completou.
A ADM disse que também promoverá outras iniciativas que protejam a vegetação nativa, com o objetivo de acabar “no menor tempo possível com a conversão da vegetação em biomas Cerrado e Chaco na América do Sul”.
Ainda ontem, o líder de sustentabilidade da ADM na América Latina, Diego Di Martino, esclareceu que a conversão de vegetação nativa, principalmente em produção de soja, no Cerrado brasileiro já é muito pequena em relação ao tamanho do cultivo na região.
Segundo Martino, “esse é o recado que precisamos mandar lá fora”, pois é necessário esclarecer “o tamanho de cada assunto”. Sobre as iniciativas sustentáveis de companhias concorrentes, como é o caso da ADM e da Bunge, ele avaliou que há espaço para que tradings e exportadoras façam ações conjuntas.
O executivo ainda disse que estas ações envolvendo diversas companhias acontecem por meio das associações tanto no Brasil, com entidades como a Anec e Abiove, quanto no exterior. A empresa deve divulgar um relatório sobre o tema até o final do primeiro trimestre de 2022. (com Reuters)
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