A Marfrig Global Foods reportou lucro líquido recorde de R$ 3,3 bilhões para 2020, uma disparada ante os R$ 218 milhões registrados no ano anterior, com forte participação da operação da empresa na América do Norte, informou a companhia hoje (8).
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 2020 saltou 99,4%, para R$ 9,6 bilhões, com margem de 14,2%.
A empresa, maior produtora mundial de hambúrgueres, ainda registrou receitas líquidas de R$ 67,5 bilhões, um crescimento de 35,3% em relação a 2019.
A Operação América do Norte, em meio a um ciclo extremamente positivo da pecuária, representa aproximadamente 72% da receita líquida total da Marfrig e cerca de 80% do Ebitda.
“Os principais drivers são maior disponibilidade de gado gordo… grande demanda por carne e também nos beneficiamos porque os consumidores (americanos) comeram muito mais em casa do que em restaurantes”, disse à Reuters o CEO da Marfrig para América do Norte, Tim Klein.
Agora, a ampla disponibilidade de animais para abate reduz custos para a companhia e o cenário é promissor para o decorrer do ano –cenário oposto ao visto no Brasil, onde a arroba bovina tem renovado máximas.
“Estamos nos beneficiando do amplo abastecimento de gado vivo, esperamos que as margens do trimestre levem a uma boa receita, um lucro bom”, afirmou Klein sobre suas impressões para o primeiro trimestre de 2021.
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No acumulado de 2020, o lucro bruto da Operação América do Norte atingiu US$ 1,7 bilhão, expansão de 40,8%. O Ebitda da unidade registrou um crescimento de 46,5%, totalizando US$ 1,4 bilhão.
Somente no quarto trimestre de 2020, o lucro líquido da Marfrig foi de R$ 1,171 bilhão, cerca de 43 vezes superior ao desempenho do mesmo período de 2019. O Ebitda ajustado cresceu 30,3% no comparativo anual, para chegando a R$ 2,1 bilhões e o fluxo de caixa operacional livre saltou 165% em bases anualizadas, ao atingir R$ 1,5 bilhão.
Neste cenário, o Conselho de Administração da Marfrig propôs à Assembleia Geral Ordinária, marcada para 8 de abril, a distribuição de R$ 141 milhões em dividendos, R$ 0,20 por ação –valor equivalente a 50% do lucro líquido distribuível aos acionistas.
No acumulado de 2020, as receitas da Operação América do Sul –composta por Brasil, Argentina, Uruguai e Chile– chegaram a R$ 18,6 bilhões, expansão de 25,4%. O lucro bruto subiu 65,1%, para R$ 2,9 bilhões e o Ebitda chegou a R$ 2,1 bilhões, 106% acima do apresentado em 2019.
A região, principalmente o Brasil, se beneficiou de um avanço expressivo nas exportações de carne bovina, com destaque para a China, desvalorização das moedas locais e boa precificação dos produtos, disse o CEO da Marfrig para a América do Sul, Miguel Gularte.
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Em meio a um cenário de baixa oferta de gado, os abates da companhia no Brasil recuaram 14% no ano passado, enquanto o país, como um todo, reduziu em 10% seus abates, comparou o executivo.
Em contrapartida, as exportações de carne in natura da Marfrig no Brasil subiram 27% em volume e 25% em receita em 2020. No mesmo período, Gularte disse que o país avançou 10% em volume e 14% em receita com a venda da proteína.
Somente para a China, os embarques da Marfrig dispararam 152% em volume e 104% em faturamento, somando a entrada de produtos por Hong Kong, esses números passam para 111% e 285%, respectivamente.
Ele ainda espera que a demanda externa permaneça aquecida em 2021, com China, Estados Unidos e melhores vendas para países do Oriente Médio que estão avançando em suas campanhas de vacinação contra a Covid-19.
No mercado doméstico, Gularte admitiu que o food service foi afetado pela pandemia, mas o setor representa somente cerca de 7% dos negócios da companhia.
Sobre o alto custo do gado no Brasil, ele afirmou que, mesmo com a diversificação de origens que a empresa possui na América do Sul e com ganhos na área de processados, as margens estão desafiadoras pressionados pelo valor da matéria-prima brasileira. (Com Reuters)
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