Após IPO, Westwing prioriza expansão, rentabilidade cresce a partir de 2022

14 de abril de 2021
Paulo Whitaker/Reuters

A empresa acelerou e chegou a fechar 2020 com alta de 96% das vendas

A Westwing vai priorizar a expansão de uma série de elementos em 2021 como estratégia para a plataforma digital, incluindo a base de clientes , a prateleira de produtos e a logística. A ação foi tomada para responder à demanda de investidores por ganho de mercado, mesmo que isso sacrifique a rentabilidade no curto prazo.

“Nossa história deste ano é crescimento, não rentabilidade”, disse à Reuters o fundador e presidente-executivo da companhia, Andres Mustchler. “Em 2022, 2023 começa a elevar rentabilidade novamente.”

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Criada em 2011 como unidade de empresa alemã homônima, a Westwing decidiu seguir caminho solo, mantendo-se no azul nos últimos 5 anos. Com a disparada do comércio eletrônico no Brasil durante a pandemia, a empresa acelerou e chegou a fechar 2020 com alta de 96% das vendas, principalmente após ampliar a oferta de produtos para incluir cosméticos, artigos de vestuário, eletrodomésticos, tapeçaria e iluminação.

Com esse histórico, a companhia desembarcou na Bovespa em fevereiro, precificando seu IPO a R$ 13 por ação, perto do topo da faixa indicativa, numa operação de R$ 1,2 bilhão . O papel, porém,acumula queda de 31% desde a estreia na B3 ontem, quando a companhia reportou prejuízo de R$ 5,3 milhões no quarto trimestre e Ebitda negativo de R$ 3,1 milhões, em meio a maiores investimentos em marketing, tecnologia e logística. No acumulado de 2020, a companhia teve lucro de R$ 11,7 milhões de reais.

De todo modo, os quatro analistas consultados pela Refinitiv recomendam a compra da ação, prevendo que ela pode subir até mais de 100% em 12 meses, considerando que investimentos em andamento em logística e tecnologia devem fazê-la colher resultados em termos de crescimento e eficiência.

Com o portal e um modelo de marketing bastante familiarizado com o público frequentador de redes sociais, a Westwing se diferencia dos demais negócios de comércio eletrônico por ter um ambiente digital em que seus 300 mil compradores ativos vagueiam pelo site como se estivessem num passeio, diz Mustchler.

Nesse sentido, a maioria dos R$ 430,3 milhões do IPO que vão para o caixa da empresa serão usados em marketing – a Westwing tem estúdio de gravação e revista próprios – enquanto amplia catálogo atual de 1 milhão de produtos, com ênfase em coleções próprias white label.

Outro destino do dinheiro será para abrir dezenas de lojas físicas e a malha logística própria. A empresa recentemente abriu um centro logístico na zona oeste da capital paulista e deve abrir mais seis hubs nos próximos meses, incluindo nas cidades de Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro e Brasília.

“Queremos reduzir os prazos de entrega e os custos de operação”, disse o executivo. A diretriz para aquisições será direcionada para negócios de tecnologia para complementar a estratégia de crescimento da Westwing. Planos de expansão internacional, ao menos por ora, estão fora do horizonte, acrescentou. (Com Reuters)