A companhia venceu na véspera um leilão de privatização da elétrica controlada pelo governo do Rio Grande do Sul, ao fazer a única oferta da concorrência, de R$ 100 mil.
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“Entendemos que essa aquisição não atrapalha nossos planos e nossa ambição. A gente continuará muito ativo, avaliando outras potenciais oportunidades”, disse o diretor financeiro, Leonardo da Silva Lima.
Do passivo da CEEE-D, o equivalente a cerca de R$ 1 bilhão corresponde a débitos em dólares que precisarão ser pré-pagos em até 12 meses, com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a agência francesa AFD.
Há ainda cerca de R$ 524 milhões em dívidas com a hidrelétrica binacional de Itaipu, também em dólares e com custo considerado elevado, de 1% ao mês.
Ele acrescentou que a Equatorial trabalhará para fazer “mais rapidamente” um pré-pagamento das dívidas com Itaipu e já avalia opções para “travar” o câmbio dos débitos em dólar enquanto aguarda trâmites burocráticos para assumir o controle da CEEE-D, como aprovações regulatórias.
“Itaipu tem um custo mais elevado e tem um tamanho também tranquilo de ser equacionado rápido. É 1% ao mês em dólar (custo da dívida), então é importante fazer logo”, disse Lima.
Por outro lado, a CEEE-D acumula R$ 1,6 bilhão em créditos tributários, que a Equatorial prevê conseguir aproveitar gradualmente para abater imposto de renda a partir de quando a empresa começar a dar lucro.
Os executivos da Equatorial destacaram na teleconferência que a compra da CEEE-D é importante porque representa estreia na região Sul do país – o grupo tem distribuidoras no Maranhão, Pará, Alagoas e Piauí, além de ativos de transmissão e geração.
O rendimento familiar na área atendida pela elétrica gaúcha é de em média R$ 1.842 por mês, contra entre R$ 637 e R$ 831 nas outras concessionárias de distribuição do grupo.
O consumo por cliente (tíquete médio) também é bem superior, de 366 kilowatts-hora/mês, contra valores na casa dos 200 kwh nas demais empresas.
“Olhando nossas concessões atuais, observamos que a CEEE opera numa área com perfil demográfico e econômico diferente… o perfil desse cliente, o perfil de renda desse cliente do Sul, faz bem para o ‘mix’ da Equatorial”, disse o CEO da Equatorial, Augusto Miranda.
Os executivos também afirmaram que a Equatorial aumentará os investimentos na rede elétrica gaúcha, mas não deram projeções, destacando que a ideia é ter disciplina nesses aportes.
“Historicamente, a Equatorial acelera os investimentos em novas concessões, especialmente para melhorar a qualidade, combater as perdas e acompanhar o crescimento do mercado”, disse Miranda.
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