“Infelizmente, para nós, brasileiros, o dólar está a quase R$ 6,00, mas isso faz com que a rentabilidade do meu trabalho aumente, com essa alta da moeda norte-americana. Hoje consegui que metade da minha renda já seja proveniente de outras moedas que não o real.”
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Estrategistas e gestores de investimentos consultados pela Forbes explicam que investir em ativos indexados a uma moeda estrangeira é uma alternativa que deve ir além dos momentos de depreciação do real, como o atual, mas fazer parte de uma estratégia de diversificação de riscos. Os especialistas acreditam que o dólar permaneça acima dos R$ 5,00 até o fim deste ano, e não abaixo disso.
O diretor de investimentos da BS2 Asset, Mauro Orefice, defende que todos deveriam ter parte da carteira dolarizada, independentemente do cenário macroeconômico. “Dolarizar a carteira é olhar a longo prazo. Você diminui o risco ao real e se expõe a uma moeda mais forte. A partir daí, a exposição pode ser maior ou menor dependendo do objetivo.”
Segundo Orefice, há pelo menos quatro anos o número de alternativas de produtos em dólar oferecidos ao mercado brasileiro vem aumentando. O movimento começou com investidores maiores, que têm investimentos mais robustos, e agora traz os menores. Para ele, essa direção claramente se reforçou pelo aumento de investidores do público em geral em renda variável e foi favorecida pelas dificuldades do cenário doméstico.
O estrategista Ativa Investimentos, Luiz Fernando Carvalho, reforça que pessoas com diferentes perfis de investimentos podem aproveitar os produtos indexados a moedas estrangeiras, mas pondera que é importante ter conhecimento técnico do assunto ou uma assessoria de investimento qualificada. “Melhor do que ficar comprando dólar como antigamente e guardar debaixo do colchão.”
Carvalho aponta algumas alternativas para quem deseja seguir esse caminho: fundos de investimentos no exterior, que podem ser em ações, renda fixa, moeda ou imobiliário; os BDRs (Brazilian Depositary Receipts, na sigla em inglês), ações da bolsa americana que podem ser negociadas aqui na B3, em reais, seguindo preço no exterior; e os ETFs (Exchange-traded Funds), que simulam um portfólio e são negociados como se fossem uma ação e podem seguir índices do exterior.
Quanto aos BDRs, o head de renda variável da Órama, Sergio Franco, comenta que é uma boa alternativa por não depender diretamente do câmbio. “Acreditamos que mesmo em um cenário onde o dólar perde valor, ainda faz sentido ter esse investimento em carteira dado que através de BDRs o cliente se expõe a ativos de fora do Brasil e a esperada retomada desses mercados.”
Apesar da correção no câmbio, os especialistas reforçam que é importante manter ativos em moeda estrangeira, independentemente das projeções ou das oscilações diárias das moedas, especialmente pela diversificação de riscos geográficos que esses ativos oferecem para as carteiras de investimentos.
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