Em documento que reflete um Fed dividido entre novos riscos de inflação e uma taxa de desemprego ainda relativamente alta, “vários participantes” da sessão sentiram que as condições para reduzir as compras de ativos serão “atingidas de certa forma mais cedo do que eles esperavam”.
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Ainda assim, uma “maioria substancial” das autoridades viu riscos inflacionários “inclinados para cima”, e o Fed como um todo sentiu que precisa estar preparado para agir caso esses riscos se materializem.
“Em geral, os participantes julgaram que, por uma questão de planejamento prudente, é importante estar bem posicionado para reduzir o ritmo de compras de ativos, se apropriado, em resposta a acontecimentos econômicos inesperados, incluindo progresso mais rápido do que o esperado na direção das metas do Comitê ou o surgimento de riscos que possam impedir o cumprimento das metas do Comitê”, apontou a ata.
A ata pouco fez para esclarecer quando o Fed começará a alterar as compras mensais de títulos e as taxas de juros próximas a zero, implementadas na primavera de 2020 (no Hemisfério Norte) para dar suporte à economia durante a pandemia de coronavírus e a recessão associada à crise sanitária.
“A recalibração da política monetária está na mesa agora”, disse Bob Muller, chefe de renda fixa multissetorial para os EUA da BlackRock, chamando atenção para a “substancial dispersão de opiniões” no banco central.
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A reunião de 15 e 16 de junho do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) mostrou que o banco central dos Estados Unidos passou a carregar uma visão pós-pandemia do mundo, retirando a antiga referência ao coronavírus como restrição à economia e, nas palavras do chair do Fed, Jerome Powell, “falando sobre falar” quando mudar a política monetária também.
O início dessa discussão, junto com projeções para a taxa de juros mostrando custos de empréstimos mais elevados já em 2023, levou investidores a prever que o Fed vai agir mais rapidamente do que o esperado para encerrar seu suporte a uma economia que ainda sofre com altos níveis de desemprego e, agora, com inflação em ascendência.
O analista da Cornerstone Macro Roberto Perli escreveu recentemente que “o mercado vê a mudança do Fed como prejudicial às perspectivas de longo prazo para a economia dos EUA”, com o compromisso do Fed de retornar ao pleno emprego enfraquecendo diante da inflação mais alta do que o esperado.
A economia dos EUA, disse ele naquele momento, ainda estava “longe” do progresso na criação de vagas de trabalho que o Fed quer ver antes de reduzir seu programa, que sustenta a economia tornando as compras de moradias, carros e itens similares mais fácil ao reduzir custos de empréstimos para famílias e empresas.
O que investidores querem saber é a rapidez das discussões e quando a redução real dos estímulos pode começar.
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As próximas duas reuniões do Fed estão marcadas para 27 e 28 de julho e 21 e 22 de setembro. Nesse ínterim, o banco central vai realizar sua conferência em Jackson Hole, Wyoming, evento que os chefes do Fed muitas vezes usaram para sinalizar mudanças na política monetária. (Com Reuters)
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