Investindo no exterior: 4 produtos para internacionalizar a sua carteira
Iasmin Paiva
8 de julho de 2021
Priscila Zambotto/Getty Images
Número de fundos de investimentos com exposição internacional cresceu quase cinco vezes no último ano
Os ativos com exposição a investimentos no exterior ganham cada vez mais espaço na carteira de investimentos dos brasileiros, é ao menos o que indicam os números: somente no primeiro bimestre de 2021, os investimentos líquidos (compras menos as vendas) em ações no exterior somaram US$ 1,57 milhões, mais da metade de tudo o que foi investido em 2020, que registrou total de US$ 3,08 bilhões ao longo dos 12 meses, conforme dados mais recentes do Banco Central.
Os produtos disponíveis para esse fim também seguem crescendo e são cada vez mais diversificados, segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o Brasil ganhou 1.017 fundos de investimentos com exposição internacional entre o primeiro trimestre de 2020 e o mesmo período deste ano, para o total de 6.179 fundos.
“Diversificar a carteira entre vários tipos de ativos é importante para não estar sujeito aos riscos de só uma classe, e o mesmo vale para a diversificação geográfica, cada país tem seus riscos específicos, e ter uma parte do dinheiro em investimentos que estão ligados a outros riscos é muito importante para ter um equilíbrio, uma proteção de carteira mesmo”, comenta Paula Zogbi, analista de investimentos da Rico.
Vantagens e riscos
Entre os principais pontos a favor dos investimentos no exterior estão a menor flutuação dos mercados, ou seja, a menor volatilidade dos ativos investidos. “Ao aplicar recursos no exterior, [seu dinheiro] já está protegido em moeda forte, se a moeda valorizar, o seu dinheiro vai junto e não se perde poder de compra”, explica Guilherme Zanin, analista da Avenue Securities, corretora brasileira que atua no mercado norte-americano.
Por outro lado, Paula conta que esses investimentos exigem mais estudo e atenção: “se a pessoa não conhece muito bem o mercado em que está investindo, se torna um investimento mais arriscado, porque o investidor está mergulhando em economias que são mais difíceis de entender.
Zanin comenta outros riscos, como o de investir em uma empresa estrangeira, que um investidor local pode não estar familiarizado. O segundo é o risco cambial, “ao internacionalizar seus recursos, caso traga de volta para o real, perde-se no câmbio, por isso é importante pensar no investimento em dólar a longo prazo ou para quem tem interesse de utilizar os recursos lá fora”, recomenda.
Ontem (7), o dólar fechou o dia negociado a R$ 5,23 na venda. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta semana pelo Banco Central, a expectativa de negociação do dólar para o fim do ano é de R$ 5,04.
Paula conta ainda que, a priori, os riscos são os mesmos de investimentos nacionais: risco de mercado, de desvalorização, de problemas políticos no país escolhido. “Investir no exterior não é necessariamente depois de investir no Brasil, uma vez que você tenha a sua reserva e o seu conforto para poder arriscar, o interessante é já ter exposição no exterior enquanto você já monta a sua exposição a risco do Brasil, justamente para ter sempre esse equilíbrio”, finaliza a analista.
A Forbes Money elencou algumas formas dos investidores brasileiros acessarem ativos no exterior: