O consórcio, integrado por Conasa Infraestrutura, Zeta Infraestrutura, Construtora Rocha Cavalcante e M4 Investimentos, foi o único a apresentar oferta pelo ativo. O grupo já possui três concessões rodoviárias no Mato Grosso, divididas entre cerca de 500 quilômetros de estradas no estado.
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A BR–163 MT/PA foi a primeira rodovia federal leiloada na região Norte do país e é considerada pelo governo como a estrada mais importante para o agronegócio. É uma via que foi aberta durante a ditadura militar e que até ser pavimentada caminhões levavam frequentemente 10 dias para cruzá-la por causa da constante presença de atoleiros.
A pavimentação reduziu os valores dos fretes para o agronegócio, algo que será minimizado com a entrada do operador privado, mas o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, afirmou que os ganhos de eficiência a partir das melhorias a serem implementadas na rodovia serão “muito compensadores para o agronegócio”.
Freitas reafirmou que a concessão da BR–163 entre Mato Grosso e Pará serve como uma “ponte logística” para dar tempo ao governo para preparar o leilão de construção e operação da Ferrogrão. O projeto está sendo avaliado há meses pelo TCU (Tribunal de Contas da União) e já enfrentou diversos questionamentos da Justiça envolvendo aspectos ambientais em torno de seu traçado.
“Quando a gente está acostumado a ganhar de goleada, quando ganhamos de 1 x 0 o pessoal se surpreende”, disse o ministro. “Só que vitória de 1 x 0, também dá 3 pontos”, acrescentou.
Este ano, o governo federal já promoveu 30 leilões de infraestrutura, com R$ 20 bilhões em investimentos contratados. O objetivo é alcançar R$ 100 bilhões até o final deste ano e fechar 2022 com pelo menos R$ 250 bilhões, afirmou o ministério.
Segundo o ministro, o fato do prazo da concessão da rodovia ser mais curto “acaba afastando um pouco o interesse de outros grupos. É um contrato menos suscetível a se adaptar a determinados solavancos conjunturais e por isso tem menos tempo para recuperação do capital”.
Por sua vez, Mario Marcondes, presidente da Conasa, afirmou após o leilão que a empresa vai buscar o mercado de capitais para financiar os investimentos. A empresa atua também nos segmentos de água e energia e está de olho também em oportunidades abertas pela aprovação do marco regulatório do saneamento.
FERROGRÃO
Freitas voltou a repetir que o projeto da Ferrogrão “não está parado no TCU” e citou que a análise do projeto na área técnica da corte “está praticamente pronta, apontando para a viabilidade”. Mas não citou prazo sobre quando um edital do projeto poderá ser publicado.
“Já prestamos os esclarecimentos e fizemos um pedido de reconsideração para o STF”, disse Freitas.
Segundo ele, o fato de apenas um grupo ter apresentado oferta pela BR–163 MT/PA não é sinal sobre o interesse de investidores sobre a Ferrogrão, que terá um contrato de concessão de 65 anos e outras premissas para os investimentos.
Freitas reafirmou que o governo federal tem interagido “frequentemente com um grupo muito forte” interessado na Ferrogrão. Ele não citou nomes, mas afirmou que o interesse decorre da projeção de que o Mato Grosso vai produzir 120 milhões de toneladas de grãos em 2030. “Há muita gente levando a sério esse projeto.” (Com Reuters)
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